A desilusão de
trabalhar em conjunto e se apresentar nos pedregosos palcos do underground
nacional às vezes podem nos levar às nossas particularidades. O fato de ser
mais criativo trabalhando sozinho também pode ser um fator para se formar o que
chamamos de ‘one-man-band’. É assim que, quase há dez anos, Alexandre Rodrigues
dedica ao seu tempo ao Crushing Axes, projeto que desde 2008 tem lançado ao
menos um álbum por ano. Nada mais justo que ele abordar os principais trabalhos
da ‘banda’, que trilha os caminhos do Death Metal, mas mostrando muito mais que
apenas o estilo em sua bagagem.
“Bloodfield in Hell” (2008) – Crushing Axes: A princípio apenas uma pré-produção, a ideia era chamar outros músicos, porém nunca aconteceu, um álbum que eu tenho um carinho especial, faltou lapidar, porém gosto bastante mesmo sendo bem cru.
“Viking
Winter” (2009) - Crushing Axes: Insatisfeito com a
bateria muito simples do primeiro álbum, resolvi gastar algum tempo
desenvolvendo batidas mais complexas, ainda com esperança de chamar outros
músicos para compor o álbum. Vale mencionar a arte da capa desenvolvida pelo
artista Rafael Vilarino, que voltaria a trabalhar com o projeto no álbum “Back
to North”.
“Legends”
(2010) - Crushing Axes: Finalmente resignado com o formato
one-man-band, decidi introduzir elementos de orquestra, gosto muito das ideias
do álbum, o primeiro álbum realmente experimental, causou certa estranheza, o
álbum com a pior repercussão na mídia especializada.
“Member
of the Unholy Society” (2010) - Crushing Axes: Após críticas sobre o timbre de guitarra do álbum
anterior, resolvi focar em um álbum sem muitos experimentalismos, um dos álbuns
com melhor repercussão, também um dos meus favoritos. Procurei as cordas mais
grossas disponíveis, e quando alguém me disse que o som parecia o de alguém
esmurrando um portão de aço eu soube que tinha encontrado o melhor timbre. A
princípio seria um álbum conceitual sobre os 7 pecados capitais.
“Ascension
of Ules” (2011) - Crushing Axes:
Esse álbum trouxe de volta os experimentalismos. Um álbum conceitual sobre um
deus que é banido de sua esfera caindo na terra. Com os tipos mais variados de
instrumentos, é um dos álbuns mais diversificados, os temas e instrumentos vão
mudando conforme Ules, o protagonista, vai andando da Ásia para Europa.
“Black
Book” (2012) - Crushing Axes: Álbum conceitual sobre
um guerreiro que é obrigado a matar uma criatura e realizar um ritual para
salvar sua família, seguindo uma abordagem mais direta, esse é o primeiro
trabalho onde foi realizado alguma mixagem, até então o som era tirado o mais
cru possível.
“Frozen
Soul” (2013) - Crushing Axes: De longe o álbum onde
mais dediquei tempo para composição da bateria, gastei horas e horas para compor
os elementos de orquestra. Uma pena, pois diversos problemas aconteceram na
vida particular durante as gravações, o resultado final é um álbum carregado de
ódio, talvez o trabalho que eu menos escutei, sem dúvida um dos que mais me
dediquei, mas infelizmente não me traz boas lembranças. Vale ressaltar a arte
da capa feita pela fotógrafa búlgara Violeta Ivanova.
Alexandre quando ainda subia nos palcos |
“Evoking
the Power of Chaos” (2013) - Crushing Axes: Fugindo um pouco da mitologia nórdica esse álbum é sobre
mitologia Suméria. Traz a arte de Marcos Lorezent (Art Spell), que já havia
trabalhado com o projeto no EP “Lost Treasures”. Um detalhe técnico sobre o
álbum é que houve problemas com a interface de gravação, o que dificultou muito
a finalização do trabalho pela diferença de latência. Esse álbum também
sinalizou o que viria a ser o Crushing Axes nos próximos anos, fiz questão de
realizar a mudança do logotipo nesse álbum, o logotipo foi desenvolvido pelo
Rafael Tavares.
“Undead
Warrior” (2014) - Crushing Axes: Ahhhhhh o “Undead
Warrior”, capa do Rafael Tavares, produzido pelo Rodolfo Bittencourt
(VibeVale), Gledson Gonçalves na bateria, Fernando Molinari no baixo,
simplesmente passei vergonha nesse álbum, só tem monstro, as guitarras foram
reguladas com o Jairo Rocha, que teve uma banda com o Gledson chamada Primal
Rage. Os caras são referências de Metal para mim e ter eles nesse álbum é uma
honra imensa. O trabalho que melhor resume o que sempre idealizei para o
Crushing Axes.
“Never-Ending
Battle Against the Human Plague” (2015) - Crushing Axes: Seguindo a linha mais direta,
esse álbum é o mais pesado da discografia, onde as letras deixam bem evidente a
misantropia. Investi mais tempo na mixagem e masterização desse álbum,
aproveitando o aprendizado do álbum anterior.
“Sons
of Fire” (2016) - Crushing Axes: Trabalho conceitual
inspirado na “Divina Comédia” de Dante Alighieri. Os títulos das músicas trazem
em geral termas jurídicos. É um trabalho essencialmente de guitarras, a mixagem
foi feita especialmente para destacar as palhetadas, contrapontos, duetos e
harmonias.
“Back
to North” (2017) - Crushing
Axes: O álbum trouxe de volta a mitologia nórdica como tema principal.
Rafael Vilarino que já havia trabalhado no “Viking Winter” voltou com uma arte
destruidora. Esse trabalho conta com uma estrutura mais simples no modelo
tradicional Intro/Verso/Refrão. Toda a mixagem e masterização foi feita com o
único objetivo de deixar o álbum o mais pesado possível.
“Trail of Blood” (2017) - Crushing Axes: O trabalho mais recente até então. Fiz mudanças drásticas com relação ao timbre de guitarra, com certo receio abandonei o timbre que me acompanhou desde o começo, apesar das modificações ao longo do tempo, as mudanças com relação ao timbre foram radicais. Do meu ponto de vista foi meu melhor trabalho de mixagem e masterização até agora. Consegui reunir três dos melhores vocalistas que conheço, Glauber Rico (Nekrost), Jairo Vaz Neto (Chaos Synopsis), Luiz Artur (Hatematter). Novamente passei um pouco de vergonha perto desses monstros, mas uma honra imensurável ter eles no álbum.
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