quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Dagor Sorhdeam – “Fog of War”


(2019 – Nacional)

Independente

Quando um trabalho chama atenção de cara, arrebitando as orelhas de quem ouve, já tem sentimento envolvido. Ainda mais quando se trata de um estilo tão explorado, no caso o Power Metal. Aí você lê o release da banda e confirma: trata-se de um disco com total sentimento envolvido, mesmo tendo letras fictícias (chegaremos lá).

Primeiramente que o Dagor Sorhdeam é uma banda novíssima, fundada ano passado. A experiência transparece nas músicas, que trazem todos os clichês do estilo, mas com identidade e versatilidade nos arranjos, além de melodias bem equilibradas. O mais importante, é que não falta peso.

Trabalho de guitarras consistentes de Bruno Sena, seguido por uma cozinha densa, com pegada, onde o próprio Sena cuida das linhas vibrantes de baixo, e o baterista Alex Christopher (Andragonia, Benaiah, ex-Haloperidol) explora bem o seu kit. Enquanto isso, Fe Nabhan, o homem por trás de todo conceito instrumental e lírico do trabalho, incrementa o disco com orquestrações intensas que seguem a proposta. O vocalista Gus Castro é a cereja do bolo, com interpretação equilibrada e dentro dos limites.

As letras do disco foram escritas num hospital, em momentos de reflexão, quando Fe Nabhan era acompanhante. Trazem histórias fictícias, porém inspiradas em guerras e invasões reais. Cada tema se passa em um país, destacados no encarte (mostrando mais um pouco do profissionalismo da banda).

“Fog of War”, expressão atribuída ao analista militar prussiano Carl Von Clausewitz, que retrata incertezas, tem produção de Thiago Bianchi (Noturnall), que conseguiu captar bem a agressividade da banda, até com uma sonoridade um pouco suja e qualificar ainda mais o disco. Que baita surpresa!


9,0

Vitor Franceschini



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