Por Vitor Franceschini
Não há dúvidas que o Rock
and Roll com sua infinidade de subgêneros e vertentes é um dos estilos mais
populares do mundo. Não há o que discutir, são fatos que, com muita força do
cenário underground e alternativo, mostram que há música pesada em todo o globo
terrestre (com exceção do oceano, é claro). Portanto, pelo fato de ser uma
música extremamente popular – sim, o é – o Rock and Roll sofre como qualquer
outro estilo de com altos e baixos.
O estilo tem música ruim,
boa e ótima, mas que não se define necessariamente pela técnica exercida,
afinal, técnica não significa qualidade. O que é muito comum dentro do cenário,
são pessoas que ouvem Rock, por consequência Heavy Metal, se sentirem
superiores a pessoas que ouvem outros estilos, principalmente os que a mídia de
massa impõe aqui no Brasil, tais como Funk carioca, Sertanejo Universitário
(urghh!) e Pagode, para citar os principais.
Isso acaba virando uma
bola de neve. Afinal de contas, não é exclusividade de rockeiro essa teoria
absurda. É muito comum ver fãs de MBP soando arrogantes e pagando de
pseudointelectuais porque ouvem uma música que não pertence à massa e
supostamente sofisticada, além de inspiradora e intelectualmente superior.
Balela, quem dirá os fãs do verdadeiro jazz e de música clássica que
provavelmente estão no topo desta ‘sofisticação musical, e que realmente são
gêneros que exigem músicos de alto nível ou a execução de composições nos
estilos seriam impossíveis, diferente de Rock, MPB, etc...
Mas isso não significa
que jazz e música clássica são legais somente por ser música sofisticada e
obrigatoriamente bem tocadas, muito menos que os apreciadores são seres
humanamente superiores. Aliás, a expressão ‘humanamente’ coloca tudo isso
abaixo, pois somos seres iguais em capacidade e assimilação, onde depende
somente de nós trabalharmos isso para que possamos absorver mais e mais
conhecimento.
Cultura abrange muito mais daquilo que vemos
ao nosso redor e não corresponde somente a sofisticação, aliás, o Rock está
longe de ser algo soberano neste sentido, pois fundiu-se com diversos outros
gêneros musicais para chegar onde chegou, sem contar que descende de outros. Posto
isso, julgar aquilo que não gosta como lixo cultural e se sentir superior pelo
gosto musical é de uma limitação e incoerência que só pode ser vinda de egos
onde é possível se suicidar saltando de cima deles.
*Vitor
Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Tem uns gostos
musicais duvidosos.
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