terça-feira, 7 de julho de 2020

In Lo(u)co: Paul McCartney (Allianz Parque, São Paulo, 15/10/2017)





Por Adalberto Belgamo

Fotos por MROSSI T4F

E se não houvesse a memória musical afetiva? A vida não teria graça alguma.
“Piquititico”, lembro-me de meus irmãos mais velhos ouvindo música e fazendo as “famosas” brincadeiras dançantes. Duas bandas sempre me chamavam a atenção: The Beatles e Creedence Clearwater Revival.


Sou um aficionado pelo formato das canções. Ao contrário do que muitos imaginam, muitas vezes, criar algo simples é muito mais trabalhoso que algo complicado. O “menos é sempre mais”, como dizia um professor de violão clássico, que tive no século passado. Bom, é uma discussão teórica, que envolve simplicidade x virtuosismo. É um assunto muito chato (risos).


A “concorrência” entre as bandas/artistas nas décadas de 60 e 70 era enorme. O formato canção era amplamente explorado. Havia (há) uma formula mágica, mas ao mesmo tempo, se não houvesse criatividade, o máximo que uma banda conseguiria era um “hitzinho” e depois desaparecia da face da Terra (redonda, lógico! risos). “One Hit Wonder bands”.


John Fogerty e a dupla Lennon e McCartney estão, sem dúvida alguma, entre os melhores (a lista não é tão extensa) compositores do universo Pop, de popular , e não de descartável. As melodias estão eternizadas. Pode-se até não gostar, mas é impossível não reconhecer!




Infelizmente, nunca verei shows com as formações originais do Creedence Clearwater Revival e dos Beatles. No entanto, consegui (finalmente!) assistir a um show do Sir Paul. Experiência intergaláctica, espiritual e inesquecível!


A Hard Day’s Night! Surreal o começo do Espetáculo (com E maiúsculo mesmo!). Voltei à minha infância. Imagens e sentimentos inundavam o cérebro. Eram uma mistura de beleza e momentos felizes com filmes dos meninos de Liverpool. Difícil descrever.


No interior, dizemos “que cada enxadada é uma minhoca!”. Serve também para o setlist do Espetáculo. Misturando Beatles e obras da carreira solo, o Macca consegue segurar a atenção da platéia. Fumante? Nem se lembra dos bastonetes de nicotina (risos). Quem cai de paraquedas no show? Torna-se fã. O profissionalismo é inacreditável. A banda, que o acompanha, é de uma precisão e “feeling” impressionantes.

Setlist: A Hard Day's Night (The Beatles), Junior's Farm (Wings), Can't Buy Me Love (The Beatles), Jet (Wings), Drive My Car (The Beatles), Let Me Roll It (Wings), I’ve Got a Feeling (The Beatles), My Valentine Nineteen Hundred and Eighty-Five (Wings), Maybe I'm Amazed We Can Work It Out (The Beatles), In Spite of All the Danger (The Quarrymen), Love Me Do (The Beatles), And I Love Her Blackbird (The Beatles), Here Today Queenie Eye New Lady Madonna (The Beatles), FourFiveSeconds (Rihanna and Kanye West and Paul McCartney cover), Eleanor Rigby (The Beatles), I Wanna Be Your Man Being for the Benefit of Mr. Kite! (The Beatles), Something (The Beatles), A Day in the Life (The Beatles song), ("Give Peace a Chance…”) Ob-La-Di, Ob-La-Da (The Beatles), Band on the Run (Wings), Back in the U.S.S.R. (The Beatles), Let It Be (The Beatles), Live and Let Die (Wings), Hey Jude (The Beatles), Yesterday (The Beatles), Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise) (The Beatles), Helter Skelter (The Beatles), Birthday (The Beatles), Golden Slumbers (The Beatles), Carry That Weight (The Beatles) e The End (The Beatles).


Um dos destaques do dia foi o público. Além da participação em todas as canções, era formado por diferentes gerações. Crianças de no máximo 10 anos, adolescentes, jovens e jovens adultos lado a lado com trintões, quarentões e todos os tipos de “ões”. Obras de arte são atemporais!


Noite mágica para fãs e apreciadores de música de qualidade!


Inté!




*Adalberto Belgamo é professor, atuando no museu (sem ser peça... ainda - risos), colaborador do Arte Metal, além de ser Parmerista, devorador de música boa, livros, filmes e seriados. Um verdadeiro anarquista fanfarrão.

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