Por Vitor Franceschini
Em meio a discussões
políticas calorosas que nos deparamos hoje em dia nas redes sociais é muito
comum vermos como as pessoas interpretam errado um texto, uma conotação e,
obviamente, as palavras. Antes fosse somente nestas discussões, pois sabemos
que o índice de analfabetismo funcional no Brasil é gritante.
No meio do Rock / Metal
não é diferente. A polarização é igual e em meio a isso, temos muitos dos que
se consideram (ou são considerados) isentos. E aí está feita a confusão.
Isenção ainda é uma forma de posicionamento e se o sujeito que se diz tal bate
no peito para dizer que é ‘apolítico’, ele está muito enganado.
O apolítico não fala de
política, não entra em discussões, enfim, tem aversão ao assunto. E, neste meio
em que estamos inseridos, muitos costuma citar o ‘deus’ Lemmy Kilmister, eterno mentor e líder do Motörhead, como exemplo de sujeito apolítico para justificar suas
opiniões. Mais um ledo engano.
A começar que Lemmy era
um colecionador assíduo de mobília e objetos da II Guerra Mundial, o que é um grande interesse por política e suas
consequências. Em segundo lugar, que Lemmy sempre estava opinando sobre a
sociedade e os políticos. Mesmo com críticas pesadas, mostrar conhecimento
sobre o que se está falando e apontar os dedos, mostrava que Mr. Kilmister se
interessava pelo assunto, apesar de odiar os políticos, como muitos sabem.
Aliás, Ian Fraser
Kilmister (seu nome original), até defendeu alguns destes políticos que tanto
odeia, como pode ser visto nesta
matéria do site Rock
Dissidente. Em resumo, ele dá sua opinião sobre Barack Obama e o Partido
Repúblicano dos EUA, mostrando certa visão progressista.
Mas, isso não vem ao
caso. O texto aqui é para mostrar que há muita diferença entre ‘isenção’ e
‘apolítico’. No entanto, é bom o pessoal que vive ‘tirando o da reta’ na hora
de se posicionar, entender que a partir do momento em que se discute, debate e
dá uma opinião política, você derruba o argumento de ser ‘apolítico’. No, mais,
é bom lembrar que a política está em tudo, até no click que você deu para ler
esse texto.
Vitor
Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. É progressista.
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