Por Vitor Franceschini
O debut dos portugueses
do Moonspell, “Wolfheart” (1995), tem uma peculiaridade onde ele é posto na rica
discografia da banda. O disco foi lançado após um bem-sucedido EP (“Under The Moonspell” de 1993) e foi
sucedido por “Irreligious” (1996), o
primeiro grande sucesso comercial da banda, além do disco mais influente dos
nossos patrícios até hoje.
Mas, não há aura original
na já mencionada discografia do Moonspell
que supere a de “Wolfheart”, um
disco muito mais espontâneo que seus irmãos fonográficos e cheios de ideias
autênticas. A se constatar, talvez seja o de sonoridade única, ficando em uma
mescla entre o EP que o antecede e o clássico ‘gótico’ que o sucede, mas essa
abrangência vai além. Destacando que em menos de três anos, a banda já deixou
sua marca no cenário metálico mundial.
Capa alternativa do relançamento do Wolfheart |
Além de nossos irmãos, os portugueses possuem uma característica semelhante às que bandas de Metal do Brasil possuem. Uma identidade única em sua música pesada que é difícil de identificar como e de onde vem, e isso transparece com clareza em “Wolfheart”.
Mesmo tendo em suas principais influências nomes como Bathory, Sodom, Metallica e Iron Maiden, o Moonspell trouxe muito mais que uma viagem Black Metal em seu debut. Muito de Gothic Metal, Dark Metal e Doom Metal transparecia em sua música, além de arranjos totalmente atmosféricos e grande influência da música Folk lusitana. O resultado foi encantador às mentes mais versáteis da época e inigualável para que quem pode ouvir a banda exatamente neste auge criativo.
Moonspell em 1995 |
O disco consiste em oito faixas que, apesar de distintas em sua maior parte e com temas diferentes, se interligam, soando exatamente como uma viagem musical onde diversos sentimentos são despertados. A fúria em Wolfshade (A Werewolf Masquerade), que abre o disco agressivamente após um dedilhado sútil, a alegria sombria em Trebaruna, o Folk lusitano, o ar gótico em Vampiria e por fim, a euforia em um dos maiores clássicos da banda, Alma Mater, são só para citar alguns exemplos.
Na ativa até os dias de hoje, o Moonspell trilhou bem o seu caminho e hoje é a maior banda portuguesa de Heavy Metal da história de Portugal, se consolidou de vez com o já citado segundo álbum, “Irreligious”, atingiu uma identidade, mas nunca mais fez uma música que atingisse certa originalidade. Claro, a banda continua excelente e seus mais recentes trabalhos só o tempo dirá no que se tornarão, fato é que para “Wolfheart” ele já disse.
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