terça-feira, 27 de maio de 2014

Entrevista



Carregando o peso de representar a nova geração do Black Metal norueguês, o Vinterbris não sentiu a pressão e lança seu segundo álbum “Solace” abalando as estruturas do gênero. Com Henrik Skar (vocal/guitarra), Kristoffer Aalhus (baixo), Ivan Rolstad (bateria) e Kristoffer Georg (guitarra), a banda segue seu caminho e se prepara para vôos mais altos. Conversamos com Henrik e Kristoffer sobre o novo trabalho, o vídeo inovador que a banda disponibilizou no Youtube e até da cena brasileira.

Primeiramente contem-nos como foi o processo de composição de “Solace”?
Henrik Skar: O processo de composição de “Solace” fluiu naturalmente após o lançamento do nosso primeiro álbum. Eu escrevi a maioria dos riffs, linhas de baterias e melodias vocais, enquanto Kristoffer ajudou em algumas composições, arranjos e linhas de baixo. Pra gente, compor é um processo; compor, pré-produzir, ensaiar e pré-produzir novamente. Desta forma conseguimos compor músicas que nos satisfazem.

Qual a principal diferença entre “Solace” e o primeiro álbum “Vinterbris”?
Kristoffer Aalhus: A produção. “Solace” apresenta a ‘finesse’ do lado técnico, mas também mais maturidade nas músicas. Foi tudo bem natural, a evolução que desfrutamos nas novas músicas, bem como o aprendizado na hora de compor. Em “Solace” você encontrará muito mais dinâmica e intensidade do que em nosso álbum de estreia, e eu diria que ele é muito melhor em todos os aspectos.

A sonoridade da banda demonstra várias influências e características que vão desde o tradicional Black Metal norueguês até nomes suecos como Dissection, por exemplo, mas com uma identidade própria aí inserida. Podem nos falar sobre isto?
Henrik: Muitas bandas nos inspiram no processo de criação. Por sermos noruegueses o Black Metal é meio que uma ‘segunda natureza’, mas encontramos inspiração em bandas como Moonsorrow, Intronaut e Dream Theater. Mas, definitivamente, queríamos criar algo único e “Solace” é resultado disso. Isto até o ouvinte julgar se é realmente isso.



Aliás, a melodia é uma parte importante na música da banda. Mesmo com este elemento, o som da Vinterbris em “Solace” não perde a agressividade. A que vocês acham que deve este fato?
Kristoffer: Isto nós realmente tentamos atingir e por isso lhe agradeço pelos elogios. O bom do Metal extremo, principalmente o Black Metal, é que ele lhe dá essa possibilidade de variação. Nem tudo precisa ser super rápido, mas você pode usar a velocidade como uma ferramenta para intensidade. O mesmo vale para as partes mais lentas. Fazer música com boa dinâmica traz a beleza de ambos os extremos, acredito eu.

Outro fator importante na música de “Solace” é a variação rítmica. A banda investe também em andamentos cadenciados e se sai muito bem neste aspecto. Isso fluiu naturalmente ou a banda apostou nesta ideia?
Henrik: Achamos que a adição de variações rítmicas apimenta aquilo que tentamos definir. O ritmo adicionado acrescenta outra dimensão do que estamos tentando alcançar com nossa música e é uma ferramenta muito eficaz para criar diferentes atmosferas.

A inclusão de partes acústicas caiu muito bem no som da banda.
Kristoffer: Obrigado! O elemento acústico ajuda a elevar o ataque dinâmico no gênero e é mais uma parte viva na produção de nossas bandas favoritas como Agalloch e Moonsorrow.

Outra coisa que chama atenção e se mostra diferenciada é a arte da capa, feita por Kim Holm. Vocês deram a ideia a Kim ou ele desenvolveu a ideia sozinho? Como chegaram até ele?
Henrik: Kim interpretou cada música do disco por si só, e esta foi a intenção ao criar a obra desde o início. Ele realmente colocou seu coração e alma no trabalho e acredito que a obra de arte representa o estado de espírito que tentamos definir em “Solace”. Eu o conheci quando estávamos tocando em um clube em Bergen e eles no chamou. Depois ele nos chamou de novo e pedimos para ele fazer a capa do nosso álbum. É muito legal vê-lo desenhar bandas ao vivo, é algo que todo mundo que tiver chance deveria fazer.

Aliás, a banda disponibilizou um vídeo com Kim desenvolvendo a arte tendo a música Dysphoria como trilha. Como surgiu de produzir esse vídeo?
Henrik: Kim e eu tivemos a ideia quando discutíamos o seu envolvimento na obra de arte.
Kristoffer: Achamos que a obtenção de um processo único é legal, e acho que quem gosta de música pensa o mesmo. É também uma ótima maneira de expor nossa música para aqueles que seguem Kim, assim como expor o seu talento para quem nos acompanha.

E qual tem sido a repercussão de “Solace” até então? De que países o álbum tem obtido mais resposta?
Kristoffer: Ainda é cedo falar a respeito do impacto do trabalho, já que ele chegará às lojas no dia 16 de junho via Nordavind Records. Esperamos que as pessoas gostem do álbum tanto o quanto gostamos de fazê-lo. Até agora as críticas tem sido positivas mantendo uma média de nota 8 de 10 possíveis, por isso estamos muito satisfeitos. Claro que há algumas resenhas ruins, mas isso vai muito do gosto pessoal.

Você conhecem a cena brasileira? Pretendem tocar aqui algum dia?
Henrik: Eu escuto algumas bandas brasileiras como, por exemplo, Sepultura, Em Ruínas e Violator. Tenho a impressão que a cena da América do Sul é intensa, mas o mais próximo que cheguei dos shows foi através do Youtube. Espero vê-los um dia ao vivo.
Kristoffer: Tocar no Brasil seria extremamente excitante, mas há sempre o aspecto financeiro para fazer uma viagem como esta. Assim que tivermos fundo monetário para tocar aí embarcaremos no primeiro avião!


2 comentários:

  1. Muito bom, um verdadeiro exemplo de black metal norueguês!! Vale a pena conferir, e como foi comentado, é a nova geracão!

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  2. Assisti a uma apresentação deles ontem à noite num tributo ao Bathory q rolou no pup Garage em Bergen, eles tocaram músicas como "sacrifice" e "forever dark woods" e foram simplesmente fantasticos!!!

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