quarta-feira, 30 de julho de 2014

Entrevista



Trazendo uma mistura entre Black Music, Hard Rock e Metal progressivo, o trabalho “Yellow Pictures” foi lançado digitalmente em 2013 e no ano seguinte saiu no formato físico. Resultando em uma música autêntica e de fácil assimilação, o disco foi bem aceito pela crítica e impulsionou ainda mais a banda Mutran que vem compondo e trabalhando duro na cena. Falamos com o mentor e líder do grupo, Gustavo Mutran (vocal/guitarra), que leva o seu sobrenome pelos cantos do Brasil. Ao lado de William Ocanha (percussão), Thiago Pedroso (bateria), Elias Alves (teclado), Mayckell Santos (guitarras) e Adão Roza (baixo), Gustavo pretende mostrar ainda mais a sua música.

Gustavo, é verdade que inicialmente você começou como artista solo e depois resolveu montar o Mutran? Fale-nos um pouco mais a respeito de como a banda se formou.
Gustavo Mutran: Eu já conhecia alguns músicos que participaram das gravações de “Yellow Pictures”, como Adão Roza e Franklin Vilaça, daí chamá-los para participar do projeto da banda foi apenas como dar um passo adiante.

E a respeito do “Yellow Pictures”, as composições já estavam prontas antes de você formar a banda ou os integrantes o ajudou a compor o álbum? Enfim, qual foi a contribuição deles?
Gustavo: Neste primeiro álbum não, não houve contribuição nas composições. Tive a colaboração do Franklin na produção das músicas e arranjos, mas só. Como disse, o projeto banda veio depois. Depois mesmo até dos videoclipes de Crossroad e Galactic Tales, duas faixas do disco.

Falando agora do trabalho em si. “Yellow Pictures” transita por diversos gêneros do Rock, como o Hard e o progressivo. Este foi um direcionamento que você sempre quis seguir com a música da banda?
Gustavo: “Yellow Pictures” é um álbum intimista que revela um pouco de minhas paisagens interiores e influências musicais desde a infância, quase um nascimento artístico registrado em áudio. Sinceramente pensamos na ocasião em direcionamento musical, como iria soar... Como somos independentes, priorizamos a expressão artística, o que nos dá prazer. Atualmente estão nos chamando de Prog, mas ao vivo temos também muito Soul, Hard e Heavy.

Nota-se de leve uma influência da Black Music nas composições, até depois de várias ouvidas isso é percebido. Você concorda?
Gustavo: Totalmente! Amo e reverencio a Black Music e sou fã de Glenn Hugues, Tim Maia, James Brown e Som Nosso, que também misturava Black com Prog da época.



Outra coisa interessante é a suavidade que as composições possuem, o que não significa leveza, afinal o som possui uma leve dose de peso. Fale-nos um pouco a respeito.
Gustavo: Sim, bem observado. Essa leveza faz parte da minha busca espiritual, de como melhorar a cada dia, das lutas interiores, da minha visão de mundo e naturalmente ela transpareceu no som.

Explique o título “Yellow Pictures”, além da temática que você procura abordar no disco.
Gustavo: Pensava em como as fotos amarelam com o tempo. Como estudei Belas Artes, aprendi um pouco sobre como fazer papeis e tal, e os processos químicos que acontecem a eles, em como a luz revela uma foto, mas a destrói também ao longo dos anos... Essa coisa âmbar que o tempo traz. Como “Yellow Picures” trata das minhas imagens internas e sou um senhor de meia idade, daí o nome.

A produção também é muito boa, como foi esse processo?
Gustavo: Sempre levei rascunhos gravados para o estúdio. Cada música tem uma versão feita em casa, e alguns instrumentos e tracks ficaram até o fim. Eu gosto disto porque aprendi a não apagar desenhos na universidade, mas sim a desenhar de forma que apareça o processo do início ao fim para um olhar mais atento. Novamente a idéia do tempo agindo nas camadas de som. Toda engenharia ficou a cargo do Franklin Vilaça, que é bastante exigente e conhece muito bem seu equipamento, aproveitando o máximo dele. Uma parceria que já dura seis anos.

E como tem sido a divulgação e recepção do trabalho?
Gustavo: 2014 tem sido o ano de divulgação de “Yellow Pictures”. Ensaiamos bastante no final do ano passado e início deste, e a partir de março fomos para a estrada. Contamos com a assessoria da Black Legion que tem dado um ótimo feedback dentro deste meio underground e recentemente apareceram as primeiras críticas do disco. Realmente me espantei em ver como é transparente “Yellow Pictures”, como realmente muita coisa foi captada, o que tem me deixado muito satisfeito.

Sei que você tem planos com a banda (risos), fale-nos um pouco sobre os trabalhos futuros.
Gustavo: Meu caro, são muitos! Nem eu sei de onde vem tanta idéia! Hoje mesmo iremos lançar um EP (N.E.: a entrevista foi concedida no dia 26 de julho), chamado “A Life Preview”, um aperitivo com três músicas inéditas do próximo álbum que será lançado em 2015 e vai se chamar “A Life in Rio”. Lançaremos hoje também um videoclipe da música que abre o EP, Signor Luiz que é uma crítica à corrupção política na forma de conto satírico de Heavy Metal.

Obrigado Gustavo. Pode deixar uma mensagem.
Gustavo: Eu que agradeço a oportunidade e o espaço. A mensagem que deixo é: seja transparente, pois evita doença e você não carrega peso em demasia!


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