Trazendo uma mistura
entre Black Music, Hard Rock e Metal progressivo, o trabalho “Yellow Pictures”
foi lançado digitalmente em 2013 e no ano seguinte saiu no formato físico. Resultando
em uma música autêntica e de fácil assimilação, o disco foi bem aceito pela
crítica e impulsionou ainda mais a banda Mutran que vem compondo e trabalhando
duro na cena. Falamos com o mentor e líder do grupo, Gustavo Mutran
(vocal/guitarra), que leva o seu sobrenome pelos cantos do Brasil. Ao lado de William
Ocanha (percussão), Thiago Pedroso (bateria), Elias Alves (teclado), Mayckell
Santos (guitarras) e Adão Roza (baixo), Gustavo pretende mostrar ainda mais a
sua música.
Gustavo,
é verdade que inicialmente você começou como artista solo e depois resolveu
montar o Mutran? Fale-nos um pouco mais a respeito de como a banda se formou.
Gustavo
Mutran: Eu já conhecia alguns músicos que participaram das
gravações de “Yellow Pictures”, como Adão Roza e Franklin Vilaça, daí chamá-los
para participar do projeto da banda foi apenas como dar um passo adiante.
E
a respeito do “Yellow Pictures”, as composições já estavam prontas antes de
você formar a banda ou os integrantes o ajudou a compor o álbum? Enfim, qual
foi a contribuição deles?
Gustavo:
Neste primeiro álbum não, não houve contribuição nas composições. Tive a
colaboração do Franklin na produção das músicas e arranjos, mas só. Como disse,
o projeto banda veio depois. Depois mesmo até dos videoclipes de Crossroad e Galactic Tales, duas faixas do disco.
Falando
agora do trabalho em si. “Yellow Pictures” transita por diversos gêneros do
Rock, como o Hard e o progressivo. Este foi um direcionamento que você sempre
quis seguir com a música da banda?
Gustavo:
“Yellow Pictures” é um álbum intimista que revela um pouco de minhas paisagens
interiores e influências musicais desde a infância, quase um nascimento
artístico registrado em áudio. Sinceramente pensamos na ocasião em
direcionamento musical, como iria soar... Como somos independentes, priorizamos
a expressão artística, o que nos dá prazer. Atualmente estão nos chamando de
Prog, mas ao vivo temos também muito Soul, Hard e Heavy.
Nota-se
de leve uma influência da Black Music nas composições, até depois de várias
ouvidas isso é percebido. Você concorda?
Gustavo:
Totalmente! Amo e reverencio a Black Music e sou fã de Glenn Hugues, Tim Maia,
James Brown e Som Nosso, que também misturava Black com Prog da época.
Outra
coisa interessante é a suavidade que as composições possuem, o que não
significa leveza, afinal o som possui uma leve dose de peso. Fale-nos um pouco
a respeito.
Gustavo:
Sim, bem observado. Essa leveza faz parte da minha busca espiritual, de como
melhorar a cada dia, das lutas interiores, da minha visão de mundo e
naturalmente ela transpareceu no som.
Explique
o título “Yellow Pictures”, além da temática que você procura abordar no disco.
Gustavo:
Pensava em como as fotos amarelam com o tempo. Como estudei Belas Artes,
aprendi um pouco sobre como fazer papeis e tal, e os processos químicos que
acontecem a eles, em como a luz revela uma foto, mas a destrói também ao longo
dos anos... Essa coisa âmbar que o tempo traz. Como “Yellow Picures” trata das
minhas imagens internas e sou um senhor de meia idade, daí o nome.
A
produção também é muito boa, como foi esse processo?
Gustavo:
Sempre levei rascunhos gravados para o estúdio. Cada música tem uma versão
feita em casa, e alguns instrumentos e tracks ficaram até o fim. Eu gosto disto
porque aprendi a não apagar desenhos na universidade, mas sim a desenhar de
forma que apareça o processo do início ao fim para um olhar mais atento.
Novamente a idéia do tempo agindo nas camadas de som. Toda engenharia ficou a
cargo do Franklin Vilaça, que é bastante exigente e conhece muito bem seu
equipamento, aproveitando o máximo dele. Uma parceria que já dura seis anos.
E
como tem sido a divulgação e recepção do trabalho?
Gustavo:
2014 tem sido o ano de divulgação de “Yellow Pictures”. Ensaiamos bastante no
final do ano passado e início deste, e a partir de março fomos para a estrada.
Contamos com a assessoria da Black Legion que tem dado um ótimo feedback dentro
deste meio underground e recentemente apareceram as primeiras críticas do
disco. Realmente me espantei em ver como é transparente “Yellow Pictures”, como
realmente muita coisa foi captada, o que tem me deixado muito satisfeito.
Sei
que você tem planos com a banda (risos), fale-nos um pouco sobre os trabalhos
futuros.
Gustavo:
Meu caro, são muitos! Nem eu sei de onde vem tanta idéia! Hoje mesmo iremos
lançar um EP (N.E.: a entrevista foi concedida no dia 26 de julho), chamado “A
Life Preview”, um aperitivo com três músicas inéditas do próximo álbum que será
lançado em 2015 e vai se chamar “A Life in Rio”. Lançaremos hoje também um
videoclipe da música que abre o EP, Signor
Luiz que é uma crítica à corrupção política na forma de conto satírico de Heavy
Metal.
Obrigado
Gustavo. Pode deixar uma mensagem.
Gustavo:
Eu
que agradeço a oportunidade e o espaço. A mensagem que deixo é: seja
transparente, pois evita doença e você não carrega peso em demasia!
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