Apesar de um pouco mais
de um ano como programa de uma rádio oficial, o Roadie Metal já pode ser
considerado um dos principais no segmento dentro do underground nacional. Não
bastasse isso, Gleison Junior, o ‘cara’ por trás do programa, resolveu lançar
coletâneas em formato físico divulgando bandas do Brasil e exterior. Foi o estopim
para marcar território de vez na cena. Conversamos com ele sobre tudo que
envolve o Roadie Metal e seu trabalho, incluindo aí momentos marcantes e
bizarrices.
Gleison,
primeiramente nos conte como você se apaixonou pela música pesada? Quais foram
os primeiros grupos que te influenciaram a gostar de Rock/Metal?
Gleison
Junior: Essa é uma historia que eu adoro contar. Quando
completei 11 anos ganhei da minha mãe meu primeiro micro system, e na época
poucos tinham CDs. Com isso resolvi roubar alguns K7 do meu avô para gravar
musicas. Todos os meus amigos só ouvim Rap e com isso automaticamente resolvi
ouvir também. Porém, eu nunca consegui sentir o feeling na música. Um dia
resolvi mudar a estação da rádio e de repente minha vida mudou. Ao ouvir uns riffs
e algo extremamente alucinante eu me senti envolvido àquele estilo. E eis que
eu descubro o Metal. E como a grande maioria dos adolescentes do inicio dos
anos 90 eu me apaixonei por Iron Maiden. E desde então estou sempre me reciclando
e buscando mais do Metal!
E
quando foi que você resolveu trabalhar em Metal? Antes da rádio, você chegou a
fazer outra coisa, inclusive tocar? (pois dizem que nós comunicadores de
veículos especializados somos músicos frustrados – risos).
Gleison:
Exatamente isso! Eu fui baterista por 8 anos, confesso que sem sucesso (risos),
sempre tive o sonho de ser músico, porém veio o casamento e os filhos e com
isso tive que abandonar a música por um lado. A rádio começou com alguns amigos
que sempre me pediam para disponibilizar de alguma forma minhas músicas para
que eles pudessem ouvir quando estivessem utilizando o computador. Com isso
criei uma web rádio amadora em um servidor gratuito. Com a minha mudança do
estado de São Paulo para Goiás consegui um programa em uma rádio da minha
família paterna que possui um estúdio profissional aqui na capital Goiânia! E,
desde então, venho fazendo o que posso pelo Metal nacional.
E
quando surgiu a ideia de trabalhar com rádio e posteriormente a Roadie Metal?
Gleison:
A
Roadie Metal é a ideia central do programa, antes mesmo de criar o programa eu
já pensava em um nome para um dia eu ter algo a oferecer aos meus amigos que me
enchiam a paciência para apresentar novas bandas e músicas do estilo.
Desde
o início da rádio, quais as principais mudanças você percebeu tanto na cena e o
que isso consequentemente influenciou na evolução do programa?
Gleison:
Eu creio que a cena tem pessoas de grande valor e que realmente apoiam as
bandas brasileiras. Tanto na área de comunicação como de produtoras de eventos.
Porém a contra partida nisso é que nos vemos estagnados com o público que hoje
enxerga que apoiar uma banda é simplesmente curtir ou compartilhar uma
publicação da mesma em alguma rede social. A geração atual esta acomodada com o
conforto de estar sentado em seu computador e deixa de ir a ótimos eventos
undergrounds que custam barato. Um fator que eu vejo como evolutivo no programa
foi que em uma entrevista com uma banda de São Paulo (Outlanders) um produtor de
um festival na cidade de Rio Verde/GO (Marcelo Rosso) que ouvia o programa, se
amarrou no som da banda e logo após o programa ele entrou em contato comigo
para solicitar o contato da banda e com isso eles foram headliners desse
festival aqui no estado de Goiás no mês de junho! Isso foi muito foda.
E
quais os momentos mais marcantes da Roadie Metal? Aqueles que você jamais irá
esquecer?
Gleison:
Essa pergunta é realmente difícil! Produzir e apresentar a Roadie já é algo
muito marcante pra mim. Mas além desse fato que acabei de citar da Outlanders,
outro fator muito marcante é perceber muitos músicos dos quais eu sempre fui
fã, hoje posso dizer que sou amigo dos caras. Isso realmente é muito foda.
Aliás,
pra descontrair, fale-nos também os mais bizarros, engraçados, enfim,
‘atípicos’? (risos)
Gleison:
Um fato engraçado foi em um programa que eu estava todo empolgado falando sobre
uma banda, e apresentando o novo álbum da mesma. Após a locução eu fui
verificar no Facebook o que os ouvintes estavam achando e me deparo que todos
estavam dizendo que a rádio estava fora do ar e eu não havia percebido que o
stream da rádio havia caído! Isso foi hilário depois que acabou o programa!
E
quando surgiu a ideia de criar a coletânea em CD da Roadie Metal?
Gleison:
A ideia surgiu depois de ver que era possível de alguma forma ajudar a divulgar
o trabalho de algumas bandas nacionais. A intenção era levar até o ouvinte e às
mídias músicas aleatórias de varias bandas nacionais e dali quem sabe uma ou
duas bandas agradar esse ouvinte, fazendo com que o mesmo procurasse mais
informações sobre a banda em questão. Ajudando assim a mesma a vender CDs,
camisetas, ter resenhas, de uma forma ou de outra ajudar a evidenciar o nome
dessa banda no cenário.
Com Outlanders e Marcelo Rosso |
Com
a coletânea o nome do veículo se expõe mais, mas não há dúvidas que a
divulgação das bandas é o ponto principal. Como é realizar este trabalho e
quais as maiores dificuldades encontradas?
Gleison:
Confesso que a maior dificuldade hoje é no processo de criação e produção da
coletânea, a divisão de trabalho é centralizada toda em mim. Tenho que
contratar um artista gráfico, depois enviar para a gráfica, esperar o retorno
para aprovação, após isso vem o processo de prensagem, mais 20/30 dias de
aguardo, quando todo o material chega faço a conferência de todos os CDs. E são
mais de 1000 copias. E após isso o mais cansativo de tudo que é a montagem das
packs e envio dos correios. Mas confesso que é um cansaço muito prazeroso.
E
na sua visão o que você acha que falta pro cenário brasileiro dar mais alguns
passos à frente?
Gleison:
O nosso cenário é muito bom, existem bandas de ótima qualidade. Mas o que acho
que realmente falta é a união entre as bandas. Hoje se escuta muita picuinha
entre uma banda e outra. Outro fator importante é o apoio do público. Indo a
mais eventos underground. Pois muito me admira um cara ter 800 reais para ir no
Rock In Rio ou Monsters of Rock e nunca ter 10 ou 20 reais para ir num festival
underground no seu próprio bairro!
Uma
questão que tem calhado nas redes sociais é o fato de milhares de pessoas
proclamarem seu amor ao Metal nacional, mas que isso não reflete em eventos e
shows. Até mencionado por você. Você tem alguma opinião e/ou explicação para
isso?
Gleison:
A nova geração de jovens que surge hoje é muito emergente e direcionada ao
imediatismo. Creio eu que, decorrente a evolução tecnológica que com apenas um
clique podemos ver um show completo de qualquer banda do mundo, acarreta no
desinteresse do público para ir em eventos!
Gleison,
como eu trabalho com comunicação também, sei que o gosto da gente se torna cada
vez mais abrangente devido ao acesso (e até excesso) de coisas que conhecemos,
recebemos, enfim? O que tem chamado atenção sua nos dias atuais e quais bandas
você indicaria?
Gleison:
Hoje eu tenho ouvido muito Metal nacional, meio que dei uma saturada dos
grandes ícones do Metal mundial, mas deixo bem claro que ainda gosto e respeito
muito os trabalhos feitos por eles em prol da historia do Metal. Indicarei
algumas bandas brasileiras que estão entre as minhas mais ouvidas na atualidade:
SuperSonic Brewer, Krucipha, Apple Sin, Land Of Tears, Outlanders, Exorddium, Claustrofobia
e Dr. Sin.
Muito
obrigado, este espaço é para você deixar uma mensagem.
Gleison:
Queria
agradecer imensamente pelo espaço cedido, enaltecer o trabalho do blog Arte
Metal que vem fazendo um trabalho grandioso em prol da cena nacional e convidar
a todos que ainda não conhecem o trabalho da Roadie Metal, A Voz do Rock. Nosso
programa é toda quinta feira (Ao Vivo) das 20h30 às 23h00 no site www.canalfelicidade.com
ou www.rockclubelive.com.br.
Um grande abraço a todos.
Sensacional !
ResponderExcluirDesde a primeira vez que ouvi o programa, eu me encantei com a forma de apresentar,a linguagem bem na lata mesmo, e o engajamento e conhecimento e carisma desse cara é algo surreal !
Sempre que posso assisto ( esse mês tô mais de férias então..). Já faz parte do meu calendário semanal.
Continue assim guerreiro, o seu trabalho é fenomenal !
Um grande abraço em nome do nordeste à VC e toda família roadie metal ! A voz do rock !!!
Abracão pra VC também incansável Vítor Hugo francescini !!!!!
É isso ! rsrs