sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Killing Yourself: M. Mictian (Affront, Unearthly)



Marcelo França, também conhecido como M. Mictian, ajudou o cenário nacional criando uma das maiores bandas de Black Metal da história do cenário brasileiro, o Unearthly. Mas, sua contribuição com a música pesada vem de mais de 20 anos, quando integrou a banda de Death Metal Anopheles, lá pela primeira metade dos anos 90. Agora, estando à frente do Affront, onde é baixista e vocalista, o músico tem uma carreira sólida no underground e não se cansa de criar álbuns com a qualidade do Metal extremo tupiniquim. Este é o nosso convidado que mata a si mesmo comentando seus principais trabalhos a seguir.

“From the Dark Flames of the Christian Holocaust” (2002) - Darkest Hate / Black Winter Night (split): Esse disco eu gravei com meu amigo Mantus (Marcelo Vasco), somos amigos de longa data aqui do Rio de Janeiro, nós andávamos muito juntos e um dia de repente ele me liga para gravar essas músicas, nem ensaiamos direito e fomos direto para o estúdio (risos). Acredito que tenhamos passado uma noite inteira gravando era um época boa uma grande experiência não tínhamos muita experiência em gravações, mas fomos em frente e fizemos.





Unearthly


“Infernum - Prelude to a New Reign” (2002) – Unearthly: Primeiro álbum do Unearthly, tínhamos gravado duas demos e partimos pro ‘full legnht’. Foi como um sonho realizar essa gravação do nosso primeiro álbum, o disco versa com o total Anti-cristianismo, algo que estava muito presente em nossas vidas com as músicas que ouvíamos, os filmes que assistíamos e aquela rebeldia antissocial também. Eu vivia numa favela (Nova Holanda, Complexo da Maré), uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro, onde nasci e fui criado, toda essa atmosfera também ajudou a escrever esse disco.



“Black Metal Commando” (2003) – Unearthly: Assim que terminei de compor o “Infernum…” (primeiro álbum do Unearthly) eu já estava escrevendo “Black Metal Commando”. Escrevi na mesma atmosfera estes dois discos, sendo que este segundo trás um disco completo falando sobre uma grande guerra contra todas as religiões tanto que em todos os títulos das músicas tem a palavra “War”. Mas lembro que algumas pessoas entenderam errado e acharam que éramos Nazi, por ter uma música chamada Zyklon B, mas era apenas uma alusão ao gás que matou tantos judeus, na época recebemos muitas “cartas” do leste europeu, supostos nazistas nos parabenizando pelo álbum e quando dizíamos que não tinha nada haver eles ficavam decepcionados (risos) e sempre mandávamos um FUCK OFF para eles. Com este lançamento surgiram muitos shows e uma turnê pelo nordeste, uma grande experiência.

“Age of Chaos” (2009) – Unearthly: Neste decidi tirar o ‘corpse paint’ da banda, queria aliviar a maneira que os fãs nos viam, já éramos bem conhecidos e fomos a São Paulo gravar no Da Tribo Estúdio. Gravamos em 10 dias o disco todo, com muita influencia de Death Metal, deixamos um pouco do Black Metal tradicional de lado, mas foi o álbum que realmente nos trouxe e nos deixou como um dos maiores nomes do Black Metal no Brasil. Eu usei muitas influências do Deicide, Morbid Angel, Krisiun, Rebaelliun para compor as músicas deste álbum, o lado Death Metal que pulsava forte em mim.





“Flagellum Dei” (2011) – Unearthly: O disco que nos jogou no mundo. Foi incrível, compomos em alguns meses este álbum, ensaiamos muito exaustivamente e fomos para a Polônia gravar no Hertz Studio, mesmo estúdio onde bandas como Hate, Decapitated, Behemoth, Vader entre outras grandes bandas também gravaram, teve a participação de Steve Tucker (Morbid Angel) nos vocais da música Osmotic Haeresis, a convite meu. Chegamos lá e o Vader tinha acabado de terminar a gravação do seu álbum “Welcome to the Morbid Reich” (2011), ouvimos em primeira mão antes mesmo da mixagem final. Foi outro grande sonho realizado gravar neste lugar mágico e incrível, saímos de lá extasiados e com um excelente disco gravado em oito dias, a partir dele começamos as turnês na Europa.

“The Unearthly” (2014) – Uneartlhy: O disco mais complicado da carreira do Unearthly. Muita discórdia envolvida, já não nos entendíamos mais como uma banda, era cada um por si, talvez isso se reflita no álbum que não ficou como esperávamos e não podia ser diferente, perdemos a essência apesar das turnês na Europa e Estados Unidos nada era como antes... Eu fiz a capa deste disco e parte da arte gráfica.






“Angry Voices” (2016) – Affront: Gratificante, é uma das melhores fases a qual eu vivo durante anos, o Affront me trouxe a confiança e me empolga. “Angry Voices” é algo que realmente tenho orgulho de ter escrito e gravado, as coisas andam de vento em polpa. É um disco solto, livre, não nos prendemos a nada para escrever é simplesmente Metal puro na sua essência, com a temática sobre criticas sociais, criticas religiosa, etc... É isso o que recheia esse álbum um dos melhores que já escrevi.

Um comentário:

  1. Comecei a ouvir a banda em 2001 com primeira faixa do infernum ,já arrepiou de começo e como todo garoto fiquei surpreso em se tratar de uma banda Brazuca ,sem como ir atrás de quem era o Unearthly passei um tempo ouvindo só o k7 que tinha logo que saiu o Black metal Commando eu comprei e não achava o infernum ,que era já um clássico pra mim até então ,ai veio a matéria da obscura arte que mostrou a primeira intrevista que eu vi com o Marcelo ,muito tempo depois veio o show na fofinho que estranhei ,não conhecia a formação e sem Corpse paint e não conhecia as musicas do age of chaos ,mas foi ali que eu em ação arrebentando tudo ,com pouca gente na casa porem o pessoal agitou e curtiu muito os respectivos discos do unearthly vieram mais eu já mais velho com um entendimento maior sobre toda a arte ,foi muito triste pra mim ver o unearthly brecar tudo ,mas foi tão compensador ouvir o Angry Voice cara que não e atoa que o Marcelo ta ai até hoje ,muito grato eu sou por todo envolvimento que vc tem com a musica

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