Por
Adalberto Belgamo
No
começo da década de 80, comecei a me interessar “realmente” por música (leia-se
Rock e derivados). De onde vinham minhas influências? Dos mais velhos, lógico!
Irmãos, parentes e amigos.
Kiss,
Sabbath, Purple, AC/DC, Floyd e Beatles foram as bandas, com as quais tive o
primeiro contato. Eram as “clássicas” dos anos 60 e 70. Havia outros movimentos
e “ondas” musicais acontecendo, das quais também sou fã até hoje. Mas vamos nos
concentrar, vamos dizer assim (risos), na parte mais pesada das harmonias e
melodias.
Paralelamente
às chamadas bandas clássicas, desembarcava no país a NWOBHM. Foi a primeira vez
que tive contato com as síndromes de “banda velha” e “banda nova”.
O
pessoal setentista olhava meio torto, pois a maioria dos grupos pouco se
utilizavam da influência, por exemplo, do Rock “básico” e do Blues. As bandas
vinham de outro universo musical, o europeu. Até então, a referência principal
era o Rock estadunidense. Lembro-me de ouvir pela a primeira vez que os 60 e 70
eram melhores. Muitos sequer ouviram um LP do Saxon, por exemplo, do começo ao
fim! Estava instituída a síndrome de banda velha! (risos).
Mais
para a metade da década conheci a síndrome de banda nova com a chegada do
Thrash/Black Metal. Nem 70, nem 80. Talvez um pouco de NWOBHM, porque era referência
das bandas emergentes, principalmente o Metallica.
Nesse
ínterim surge o “truzão” (risos)! Posers will die! Death to false Metal! Um bando de – como
dizem hoje em dia (risos) - modinhas se
desfazendo de LPs e camisetas. Conheci um sujeito, que gravou todos os solos do
Eddie Van Halen em uma fita e doou os discos. Tenho um comigo, ainda! Surreal!
Olhem aonde chegava o radicalismo!
E
no século XXI? ‘Igualinho!’
Conversando
sobre o lançamento do “The Dirt (Mötley Crüe), um “infeliz” (risos) disse que o
Hard Rock (Hair Metal) dos anos 80 foi o verdadeiro! A cena, mesmo no Brasil,
vivia o sexo, drogas e Rock & Roll! Nunca mais se produziu algo igual! Eu
presenciei a “cena” e não vi nada disso. Era um monte de cuecas com cabelos a
Chitãozinho e Xororó (é assim que escreve? risos), que extrapolavam o limite da
feiura, tomando cachaça em alguma praça. O mais interessante é que o autor da
afirmação não tinha nem saído do escroto do pai naquela época! Preguiça.
Poderíamos
falar sobre o fã, que fala das mesmas bandas, pede as mesmas músicas nos
churrascos ou, ainda, sobre o quarentão (ou cinquentão - risos),
“blablablazando” a respeito daquela banda underground, a qual conheceu 30 anos
atrás. Ao mesmo tempo, há o fã “descartável”, que só considera música a
produção de, no máximo, cinco anos atrás. Preguiça.
Música
boa ou ruim (depende do gosto) é atemporal. Há espaço para tudo e para todos. O
Metal tem padecido do binômio velho x novo, o que acarreta, principalmente,
cada vez mais, na diminuição do público em shows (não somente no underground).
Atualmente, das apresentações, que tenho visto, as de Punk/Hardcore tem
recebido mais fãs. Deve ser porque os apreciadores não se preocupam com a idade
das bandas ou do estilo, mas com a arte em forma de música.
Inté
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