quarta-feira, 16 de outubro de 2019

In Lo(u)co: Impressões sobre o dia do Metal no Rock in Rio 2019


Por Adalberto Belgamo

Do sofá da minha casa, com uma pizza de sardinha roots (risos), passando um calor infernal, resolvi maratonar o dia do Metal/Hard Rock.  Antes de me perguntarem “e o trabalho?”. Saio às 3 da tarde e deixei os dinossauros bem alimentados! (risos).

Assistir a shows pela tela da TV obviamente não tem o mesmo impacto de estar presente nos eventos. A experiência coletiva é surreal! Mas, em casa, vale a pena também. E segue o fluxo!

Foto: Marcelo Paixão
Nervosa
Acompanho a carreira das meninas desde o primeiro EP. Que show! Além de criativas e competentes musicalmente, inspiram outras mulheres a ocupar o espaço merecido dentro da cena. Sim! Metal não tem gênero, apesar de alguns “cuecas” torcerem o nariz, principalmente os que ficam masturbando o braço da guitarra no quarto, reclamando de tudo. Aceitem que dói menos e mordam o saco escrotal do papazíneo! (risos)

Foto: TINE/I Hate Flash


Torture Squad, Claustrofobia e Chuck Billy
Na opinião de quem vos escreve, o Torture deu um “up” com a entrada da Mayara (de onde vem aquele gutural???). Já o Claustrofobia parece ter se reinventado como um trio! Que agressividade! (no bom sentido). Vi, recentemente, as bandas na minha cidade. Modéstia à parte, tinha certeza que arrebentariam no festival. 
Foto: Renan Olivetti

Chuck Billy. Testament. Bay Área. Disciples Of The Watch, Practice What You Preach e Electric Crown na sequência. Sem mais. Histórico! Sensacional!

Fato: as três bandas mereciam o Palco Principal!




Foto: Marcelo Brandt/G1
Sepultura
Sem dúvida alguma, o maior expoente do Metal brasileiro. Apresentação competentíssima, como sempre! O único porém é a repetição exaustiva de bandas, inclusive internacionais. Há outros nomes importantes do estilo no país. Não faria mal algum “variar” o cardápio.

Foto: Adriana Vieira 
Anthrax
Uma das minhas bandas preferidas! Infelizmente, nunca a vi in loco. Preciso consertar isso antes de descer para a casa do Morningstar (risos). Scott Ian, sem medo algum em dizer, está entre os cinco melhores “riffeiros” da história do Metal!

A volta do Belladonna - sem desmerecer outros vocalistas que passaram pela banda – ressuscitou aquela “cara” dos anos 80, nos quais, na opinião de quem vos digita o texto com dois dedos (risos), estão os melhores álbuns dos nova-iorquinos. Começaram com Caught in a Mosh e terminariam com Indians (Chuck Billy na área!). Set perfeito! Show empolgante! Lindimais!

Foto: Divulgação/Radu Lawless
Helloween
Fiquei impressionado com o show. Apesar de não ser fã de Power Metal (não posso opinar sobre o estilo, pois não é a minha “praia” – Rio... praia... entenderam? nossa ... que tosco! – risos), impressionante a qualidade musical da banda e do espetáculo em si! Histórico para os fãs!

Foto: Beto Roma/Multishow
Slayer
Despedida? Se a banda acabar “mesmo”, não poderia ter se despedido de forma mais marcante! Abriram as portas do inferno! (Ave Satanás! - risos). Que apresentação! Foram 13 “aulas” de Thrash Metal sem firulas e piedade! Black Magic me fez voltar aos anos 80! Set para não deixar nenhum pescoçinho intacto. O Gary Holt, sem dúvida alguma, está em um patamar acima dos contemporâneos do estilo. Surreal a combinação de técnica e agressividade nos solos! Outro momento histórico de uma banda que sai (será?) de cena por cima!

Foto Diego Padilha/Rock In Rio
Iron Maiden
Não há palavras para descrever o som, o profissionalismo e a entrega da banda. Simplesmente Iron Maiden, patrimônio não apenas da NWOBHM (ou do Metal), mas também da cultura ocidental, oriental e interplanetária! (risos). Eles não entram na celeuma a respeito da repetição do line-up. Que venham todos os anos!

Foto: Marcelo Paixão / I Hate Flash
Scorpions
Então, disseram que depois do Iron nenhuma banda conseguiria “segurar” o público. Quem disse tal aberração, não conhecia (ou conhece) a história do Scorpions. Mais de meio século de existência sem perder a qualidade. O Klaus Meine está com 71 anos. Ao contrário de certas “estrelas” da música, não precisa de protools e overdubs para dar conta do recado ao vivo. Percorreram toda a discografia. Hard Rock sententista e oitentista lado a lado, sem falar nas baladas, compostas com maestria e com lugar garantido na história do Rock. Que show, crianças e “crianços”!

O único “porém” foi a não inclusão do Whitesnake, que fez uma apresentação maravilhosa, no dia mais pesado do evento. De resto, provou mais uma vez que, entre os diversos públicos de Rock, o do Metal é o mais fiel e participativo. E passe a régua!

Além do dia do Metal/Hard Rock, assisti a outros shows (o do Mano Brown, firmeza!), mas ficam para outra ocasião.

Inté, que eu preciso alimentar os dinossauros! Fui!

*Adalberto Belgamo é professor, atuando no museu (sem ser peça... ainda - risos), colaborador do Arte Metal, além de ser Parmerista, devorador de música boa, livros, filmes e seriados. Um verdadeiro anarquista fanfarrão.

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