quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Killing Yourself: Vulcano (Hellish War)




Carregando um nome clássico, à frente de uma banda clássica, fazendo um som clássico. Assim é Vulcano, guitarrista e fundador da banda Hellish War, um dos pilares do Metal tradicional brasileiro, que há mais de um quarto de século ergue a bandeira deste estilo de som que é o que mais define o Heavy Metal em sua essência. Este é o nosso convidado do Killing Yourself de hoje!

“Defender of Metal” – Hellish War (2001): Esse álbum tem uma história bem interessante. Tínhamos um mês pra terminar tudo e estava faltando uma música pra fechar o CD. Duas semanas antes veio uma luz do Metal em mim e me fez criar o som título: Defender Of Metal, que foi escrito na sala de aula na faculdade. Após isso, fomos pro estúdio Top Noise em São Paulo (as gravações foram financiadas pela Megahard Records) e ficamos lá os cinco dias de carnaval pra finalizar a obra. Eis que a produção foi bem anos 80 com temática viradas em batalhas medievais até a lei do Heavy Metal impostas nas letras. Foi um álbum feito com o puro espírito do Metal na alma da banda que até hoje temos essa sensação. No contexto de hoje é um disco antológico.

Hellish War no início


“Heroes of Tomorrow” – Hellish War (2008): Depois de algumas divergências com a extinta gravadora Megahard, conseguimos produzir este álbum de forma independente em nossa cidade natal, Campinas/SP. Já tínhamos todos os sons prontos e elaborados para mais um disco conceitual de Heavy Metal tradicional, mais trabalhado e com riffs bem calculados. Considero um álbum bem produzido e temático na ideologia “Metal Forever”. Foi feito no estúdio Sincopa e tivemos bons momentos na preparação dos solos e arranjos feitos na hora da produção. Uma grande obra que fizemos mantendo o mesmo estilo fiel ao Metal.





Época do álbum ao vivo




“Live In Germany” – Hellish War (2010): Um CD ao vivo era um sonho para o Hellish War, pois acho que toda banda precisa ter um ‘live’ em sua carreira e nunca imaginei que seria na Alemanha. No festival em que tocamos havia um produtor local gravando as bandas e nos ofereceu seu trabalho lá. Decidimos abraçar essa ideia e pegamos as gravações trazendo para o Brasil e aqui foi feita a produção desse ‘live’. Produção total feita por mim e a colaboração da banda na finalização. A distribuidora alemã Pure Steel abraçou o laçamento desse CD e assim a Europa pode conhecer um pouco mais de nossa história e trabalho. Em resumo, acho que foi um dos melhores ‘lives’ que saiu naquela época que lançamos – 2010 -, e é um documento da banda desbravando territórios germânicos com toda competência possível.

Hellish War atual


“Keep It Hellish” – Hellish War (2013): Na época desse álbum tivemos uma transição de vocalista bem no meio da produção. Vários candidatos foram ouvidos, alguns muito bons que nos gerou muitas dúvidas. Neste álbum já tivemos a parceria de Ricardo Piccolli, que nos produziu com a maior competência, mas sem vínculo com gravadoras ou distribuidoras, ou seja, mais um trabalho independente nosso vocal novo. Criou-se uma expectativa dos fãs em ouvir Bil Martins no lugar de Roger Hammer e, claro, cada um deles tem os fãs em particular, ou seja, criou-se novos admiradores do Hellish War com Bil, que deu uma nova cara pra banda sem perder a pegada que Roger havia deixado nos potentes vocais com drive. Também é um CD que mantém a temática em batalhas, mas diversificando os temas em cada som em particular, portanto, não há um tema único em geral.

“Wine of Gods” – Hellish War (2019): Considero um álbum em que todos tiveram participação nas composições, todos deram o sangue neste CD. É um disco que mantém o estilo Metal tradicional com aquele Power Metal e Speed dos anos 80. Uma curiosidade é que a banda recorreu ao isolamento de todos para que este disco fosse concluído. Ficamos em uma pousada onde só a banda tinha acesso e assim foram terminadas as últimas faixas do CD. Também foi produzido por Ricardo Piccoli, que deverá ser nosso produtor musical até o fim dos tempos da banda. Considero um dos melhores discos até agora. E vale citar que foi nosso primeiro trabalho totalmente financiado através de um edital público de cultura, no caso o Proac do governo do estado de São Paulo. Quero ressaltar que todas as capas dos álbuns são de autoria de Eduardo Burato, que nos acompanha há 20 anos nessa luta no cenário Metal. Um abraço a todos leitores e que o Heavy esteja em cada um de vocês!



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