(2017
– Nacional)
Hellion
Records
Oriundo de Seattle, o
Sanctuary sem dúvidas é um dos grupos que mais sofreram com o surgimento e
ascensão do Grunge na década de 90, afinal de contas, a banda viveu a cena dos
‘camisas de flanela’ de perto e viu adeptos, e até músicos, serem levados por
esse então novo furacão sonoro.
Com certeza a banda
teria sido ao menos melhor sucedida caso seguisse seu rumo, tanto que das
cinzas do Sanctuary surgiu o Nevermore, que alcançou um sucesso considerável
entre a segunda metade dos anos 90 e os dez primeiros anos de 2000. Lembrando
que Warrel Dane (vocal) e Jim Sheppard (guitarra), além de Jeff Loomis que
tocou ao vivo na banda, são (foram) também do Sanctuary.
Este novo trabalho é
uma compilação diferenciada, pois traz demos da banda gravadas em 1986 e conta com
desde músicas inéditas até clássicos e suas versões originais, ainda em
processo de aperfeiçoamento. Mas quem pensa que o negócio aqui soa rústico se
engana.
Houve um processo de
masterização, restauração, reparação e de mixagem primoroso, talvez até mágico,
por conta de Zeuss (Queensryche, Hatebreed) – que ainda explica um pouco do
‘trampo’ no encarte do CD. A qualidade de recuperação é tamanha, que parece um
disco novo da banda e não deve muito ao inédito “The Year the Sun Died”, que
saiu em 2014, marcando o retorno da banda aos estúdios.
Toda gana no então
Thrash/Speed Metal que banda emanava estão nas composições, mostrando o grande
diferencial na técnica de seus músicos, que esbanjam talento e criatividade em
composições impetuosas, além de estruturas que iam muito além de seu tempo.
O trabalho de guitarras
era tão pesado e moderno que soa atemporal até os dias de hoje, tendo na
cozinha um peso e linhas agressivas que ajudavam a moldar ainda mais o estilo
da banda. Warrel Dane, famoso no Nevermore pelos seus autênticos vocais, aqui
já mostrava que seria um dos melhores da história, mas seguindo uma linha mais
agressiva e com agudos estonteantes, porém equilibrados.
Faixas inéditas como Dream of The Incubus e I Am Insane, mostra a banda com uma
proposta até mais melódica, mas com uma agressividade elevada. Mas da gosto
mesmo de ouvir clássicos como Die For My
Sins (que música é essa!?), Soldiers
of Steel e Veil of Disguise, provando
ser boas tanto na sua criação, quanto em seu aperfeiçoamento. “Inception” ainda
traz um encarte com fotos e uma mini-biografia da banda, isto é, um trabalho
essencial.
9,5
Vitor Franceschini
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