Talvez o músico mais
prolífico que tenha passado por esta seção, Luiz Carlos Louzada tem mais da
metade de sua vida dedicada à música pesada. Pelas linhas abaixo, o leitor
poderá perceber que cada trabalho em que marcou presença, cada banda, o músico
(vocalista e baterista) não fez diferença nenhuma entre um e outro, sendo
sempre dedicado. Este é o nosso convidado da seção Killing Yourself de hoje.
Chemical Disaster |
“Resurrection”
– Chemical Disaster (1993):
O 1º álbum a gente nunca
esquece! (risos) Lá se vão 25 anos de lançamento do debut do Chemical Disaster,
banda que montei em 1990. Felizmente, contamos com a ajuda do Arthur von
Barbarian (batera do Vulcano), que nos indicou ao João Eduardo (dono da
Cogumelo Records), através de nossa 2ª demo (“Seeds and Ashes”, que lançamos no
fim de 1991, já que a mesma havia sido produzida por ele). Isso foi em 1992 e
então, o André Martins (nosso baixista na época) manteve contato com o João,
que demonstrou interesse em conhecer mais músicas da gente. Gravamos então a 3ª
demo no mesmo ano e eis que fechamos contrato. Gravamos o álbum na metade de
1993, em Santos mesmo (diferentemente de muitos grupos que assinavam com a
Cogumelo, e se deslocavam para gravar em Belo Horizonte). O álbum foi produzido
pelo Zhema Rodero (guitarrista do Vulcano, que já havia produzido nossa 1ª
demo, de 1990). Lembro que eu estava com a garganta bem ruim, na semana que
tive que gravar os vocais e, por conta disso, sempre que ouço o álbum, fico um
pouco desapontado com meu desempenho. Mas considero o trabalho mais completo da
banda, por conta da variedade de andamentos e mescla de influências Death,
Thrash e Doom, que permeiam as 13 músicas do álbum.
“Someone
to Blame” – Blind (1999):
Este álbum de estreia do
Blind saiu no mesmo ano que eu me desliguei do Chemical Disaster, no entanto,
fundei o Blind em 1994 e trilhamos o caminho básico de lançar demos, participar
de coletâneas (tivemos inclusive um split-CD lançado apenas na Europa) até
chegar no contrato com a Thirteen Records (gravadora do Thor, vocal do Zumbis
do Espaço). O álbum foi produzido pelo Fabricio de Souza (baixista do Garage
Fuzz) e gravamos no RMX Studio, em São Vicente/SP, onde também gravei entre
outros trabalhos, o 2º álbum do Chemical Disaster. No Blind eu era apenas o
baterista (antes de atuar como vocalista em bandas, eu já era baterista) e este
foi meu 1º “full-lenght” tocando bateria. Gravamos 2 covers neste CD: um do
Dead Crab (antiga banda do Tarcisio Silva, nosso ex-guitarrista) e outro do
Circle Jerks, que saiu como “hidden track”, no final da última faixa do CD
(quem não for curioso, não vai conferir! gargalhadas).
Blind |
“Scraps
of a Being” – Chemical Disaster (2000):
7 anos de intervalo
separam o debut-LP do Chemical Disaster e este 2º trabalho, inclusive apenas eu
e o baterista Arthur Justo seguimos na banda no “Scraps of a Being” e talvez as
mudanças de formação, emperraram um pouco o processo de composição, sem contar
que foram 5 anos de contrato com a Cogumelo Records, e só depois de expirar
este prazo, foi possível mudar de gravadora (este CD saiu pela Demise Records,
do Wilson Jr, ex-In Memorian). O processo de gravação/mixagem foi mais longo
(talvez um ano e meio), já que bancamos tudo por conta própria (o debut foi
custeado pela Cogumelo Records, então fizemos vários períodos seguidos durante
uns 2 meses, acho). Gosto muito dos vocais que gravei neste álbum e tive muito
mais letras minhas utilizadas, em comparação ao álbum de estreia. Quando o CD
chegou às lojas, eu já havia saído do grupo (por um tempo, fiquei apenas
tocando batera no Blind e também no Carnal Desire). Neste álbum, como “hidden
track” fizemos uma versão porradaria da eterna Iron Fist, do Motörhead.
“Drowning
in Blood” – Vulcano (2011):
Mesmo eu tendo sido vocal
do Vulcano de 1997 a 2000 (tendo gravado nesse período as 3 faixas bônus que
saíram no relançamento do “Live!” em CD pela Cogumelo Records), somente em 2011
pude gravar meu 1º álbum com eles. No fim de 2009, fui convidado pelo Zhema a
participar do 6º álbum de estúdio do Vulcano; cantei a Steed of Steel e dividi vocais com o Angel na Holocaust (The Second Assault). O álbum saiu em dezembro/2009, e em
fevereiro/2010 eu já estava efetivado na banda. Fizemos a tour de 2010 tocando
em muitos Estados que a banda nunca havia visitado, inclusive realizando shows
no exterior, e com uma passagem devastadora pela Europa. “Drowning in Blood” só
veio consolidar o bom momento que a banda teve em 2010. Tivemos bastante foco
na produção deste álbum, que trouxe uma sonoridade mais pesada na questão de
timbres e pude cantar privilegiando vocais mais rasgados (já que sempre
“abusei” dos guturais).
“Third
Wound” – Chemical Disaster (2011):
Este 3º álbum da banda
marcou meu retorno ao grupo, pois fiquei 10 anos fora e, quando voltei em 2009,
a banda não havia mixado este trabalho, que já estava em andamento há quase 4
anos (eles haviam passado por outros 2 estúdios, até chegarem ao Beco Studio,
do Ivan Pellicciotti). Então regravei os vocais e acompanhei de perto a
finalização das guitarras (por conta da entrada do guitarrista Ricardo Lima,
que já tocava comigo no Predatory) e também o processo de mixagem. Me envolvi
também com a produção gráfica, já que o álbum saiu pela Violent Recs (meu selo)
em parceria c/a Hammer of Damnation (do ABC paulista, selo mais especializado
em Black Metal). Considero meus vocais neste álbum os melhores que já fiz com o
Chemical Disaster, mesmo eu não tendo criado os arranjos e nem escrito as
letras. A última música do álbum, intitulada The Last Home, é magistral, na minha humilde opinião.
Repulsão Explicita |
“Pobre”
– Repulsão Explícita (2011):
Meu amigo de longa data
Fernandez (ex-guitarrista do Explicit Repulsion) numa noite qualquer, há quase
20 anos atrás, numa lanchonete no bairro do Gonzaga, me disse: “Um dia vamos
fazer um som juntos”, enquanto tomávamos uma cerveja. Em 2001, ele se juntou ao
André Martins (ex-Chemical Disaster) e ao Lauro Netto (ex-Psychic Possessor) e
me chamaram pra ser o baterista. Claro que aceitei! 10 anos depois lançamos
nosso CD de estreia (não sem antes termos lançado várias demos e participado de
muitas coletâneas nesse período). Muita gente acha que o Repulsão Explícita é o
Explicit Repulsion, mas são bandas completamente distintas, com trajetórias
diferentes; a fase inicial do Repulsão era altamente etílica e, quando fui
convidado a entrar na banda, eles não haviam definido que nome usar, e numa
noite regada à muita cerveja, o Fernandez sugeriu usar o nome da antiga banda
dele (já extinta), mas em português. Como é um nome de impacto, todos
aprovamos. Lembro que no último dia de gravação de bateria deste álbum, o Adair
Jr. (baixista que entrou após nossa 4ª demo) disse para eu ir pro estúdio
ouvindo a Back Stab Gospel do Poison
Idea (do álbum “Fell the Darkness”, de 1990) pois eu teria que gravar bateria e
vocal para esse cover para sair como “hidden track” no CD do Repulsão. Missão
dada é missão cumprida! (risos) Ficou foda!!! E foi a única vez que toquei esse
som, pois o Repulsão sequer chegou a ensaiar esse cover após a gravação...
“Dirty
Scum Arise” – Predatory (2013):
Este foi o 1º álbum que
gravei, atuando como baterista numa banda Metal. Já havia lançado álbuns com o
Blind (Hardcore/Punk) e com o Repulsão Explícita (Crossover, já que mesclávamos
HC/Punk com Thrash e Grind), mas quando entrei no Predatory em 2004, consegui
evoluir muito como baterista, já que o som da banda era o típico Thrash com
pitadas Death e, vez ou outra, apareciam linhas de guitarra influenciadas por
Heavy. A “hidden track” que gravamos para este álbum é Mandatory Suicide, clássico do Slayer (que fez parte do “South of
Heaven”, de 1988), então, por aí dá pra sacar qual é uma das principais
influências neste disco. Gravamos este álbum no Beco Studio, mesmo estúdio onde
já havia gravado álbuns com o Chemical Disaster, Vulcano e Repulsão Explícita.
Ainda fiquei mais 2 anos com o Predatory após este CD, mas infelizmente quando
saí, os demais integrantes não seguiram em frente e a banda parou...
Como batera no Predatory |
“The
Man The Key The Beast” – Vulcano (2013):
Um ano antes, havíamos
feito uma nova tour pela Europa, mais longa (e cansativa), divulgando o
“Drowning in Blood” e não sabíamos como seria o próximo trabalho da banda,
musicalmente falando. Este é meu 2º álbum com o Vulcano, e o que mais gosto,
não só por eu já estar mais confortável atuando como vocalista do grupo, mas
por conta da afinação mais baixa, que deixou o som mais “gordo e malvado”!
(risos) Fãs tradicionais dos álbuns mais antigos, talvez não curtam tanto este
CD, mas o Zhema estava inspiradíssimo nas composições. Ouça The Wizard, por exemplo, e veja como
revisitamos o clima extremo do álbum “Bloody Vengeance” com a levada típica de
bateria “bate-estaca”, ao passo que na base de solo (mais cadenciada), o
Fernando Nonath fez um solo de guitarra mais trampadão. Aliás, este foi o
último trabalho dele com o Vulcano, mas ele segue firme e forte comigo no
Chemical Disaster. Para este álbum do Vulcano, lançamos 2 videoclipes (Church at a Crossroad e Devil Escaped from Earth).
“Mais
Uma Martelada das Nossas Verdades” – Repulsão Explícita (2014):
Este 2º álbum do Repulsão
Explícita foi produzido numa época um pouco conturbada da banda, inclusive com
mudança de formação durante a gravação do CD. Boa parte do álbum é com os
guitarristas Leão Gazzano e Morto (que também toca na veterana banda Grindcore,
No Sense), mas este último deixou a banda antes de finalizar suas partes, e
quem assumiu o lugar dele e concluiu o trampo foi o Ricardo Lima (que já tocava
comigo no Predatory e no Chemical Disaster). Tínhamos muita dificuldade para
ensaiar por conta da indisponibilidade de horários dos 6 integrantes (haviam 2
vocalistas) e uma das alternativas para termos um novo álbum, foi resgatar
músicas que ficaram de fora do debut (de 2011) e que já haviam saído em demos.
Gravamos 3 covers bem distintos (um do Hierarchical Punishment, outro do Olho
Seco e um do Vulcano). A arte gráfica foi feita pelo saudoso amigo Manoel Neto
(que também já havia cuidado da parte visual de nossa 4ª demo “A Herança é o
Ódio”, de 2007). Saí do grupo no ano seguinte, mas ainda fiz um show de
despedida em 2016, num grande festival no litoral norte de São Paulo, tocando
com eles e o Claustrofobia, além de outros bons grupos. O Bruno Conrado
(baterista que tocava com o guitarrista Ricardo Lima, no Vetor) ainda fez mais
2 shows com a banda entre 2016/2017, mas infelizmente, a banda parou depois
disso...
“Wholly
Wicked” – Vulcano (2014):
Considero este meu 3º
álbum de estúdio com o Vulcano como uma verdadeira continuação do excelente
“The Man The Key The Beast”, de 2013. Mantivemos o padrão de afinação de
guitarra barítono (Si) e este álbum marcou a formação em quarteto que o Vulcano
adotou, quando ficamos com apenas o Zhema na guitarra, a partir da 3ª tour
europeia que fizemos em 2013 (ao lado dos suecos do Nifelheim e dos sérvios do The
Stone), e foi a estreia do baixista Ivan Pellicciotti (que já havia tocado
comigo, nos tempos que fui baterista do Carnal Desire), dono do Estúdio O Beco,
em Santos (onde gravei inúmeros trampos nos últimos 16 anos de estrada). A
produção do CD é muito boa, não devendo nada às grandes produções de bandas
internacionais. A penúltima faixa, Malevolent
Mind, é puro Black Metal (propositalmente, abusei dos vocais rasgados!). No
mesmo ano que o álbum saiu, partimos para nossa 4ª tour europeia, novamente com
os amigos do Nifelheim, e os croatas do War-Head como suporte.
“The
Humanity Walks This Way” - Hierarchical Punishment (2014):
Creio que o debut álbum
do Hierarchical Punishment foi o trabalho que mais tempo ficou “na gaveta”, por
falta de condições ($$$$)... Entrei na banda como vocalista em 2001 e, 4 anos
depois começamos a gravar este CD no RMX Studio (em São Vicente/SP). Concluímos
a masterização em 2006 e, lançamos uma prévia em formato demo pela Violent
Recordss; mas o destino nos pegou de surpresa, quando em 06/06/06 um de nossos
guitarristas, Halysson Rodrigo, perdeu uma longa luta contra a leucemia. Lembro
de conversar com ele, em sua última internação (que estava sendo bem mais longa
do que as habituais), onde ele desabafava que já não aguentava mais ficar
trancado no hospital, e que pelo fato dele passar o dia inteiro ouvindo CDs de
Metal, a mente dele fervilhava de novas ideias para músicas que ele gostaria de
trabalhar com o Hierarchical. Eu sempre dizia que isso era muito bom (ele
ocupar a mente com a possibilidade de novos trampos com a gente). Se ele
tivesse tido a chance de ter uma guitarra e um ‘ampli’ naquele hospital, com
certeza teríamos até mesmo um novo álbum inteiro para trabalhar... Depois de um
período de luto, retomamos os ensaios, com o guitarrista Décio Andolini, primo
do nosso então baterista, Grell, e a banda seguiu em frente. Não arrumávamos um
contrato para lançar o álbum, então fomos participando de coletâneas e splits
diversos. Adoro os vocais que fiz neste álbum, pois a mescla de Death Metal e
Grindcore me inspirava em puro “ódio musical”! Em 2013, finalmente, elaborei
uma parceria com vários selos e viabilizamos o lançamento oficial deste álbum.
Hierarchical Punishment |
“Live
II – Stockholm Stormed” – Vulcano (2014):
Uma das melhores tours
europeias que fiz com o Vulcano foi nossa 3ª trip ao Velho Mundo em 2013, em
suporte ao “The Man The Key The Beast”, onde nosso “tour bus” parecia uma
“Torre de Babel” ambulante, pois haviam pessoas de países como Brasil, Suécia,
Noruega, Chile, Sérvia, Polônia (e nem todos falando inglês! risos) convivendo
diariamente por mais de 3 semanas, cruzando 9 países. Claro que às vezes, o
falatório do 1º andar do ônibus, atrapalhava quem estava dormindo no 2º andar,
mas era uma tour com bandas Metal, e não um “coral de velhinhas de igreja”...
(gargalhadas) E foi num dos nossos melhores shows (em Estocolmo, capital da
Suécia) que o técnico de som, resolveu gravar por conta própria, nosso show. E
meio ano depois, chega um e-mail pro Zhema: “Olá, meu nome é Khstejkh Sdiuywe (gargalhadas
- não lembro o nome do cara). Gostaria de saber se vocês têm interesse em ouvir
a gravação do show que fiz de vocês quando tocaram aqui em Estocolmo”. O Zhema
respondeu que sim e, quando ele fez o download, percebeu que o cara mandou todo
o projeto, em canais separados. Então ele foi no estúdio do Ivan (nosso
baixista da época) e o Ivan comentou: “Zhema, o álbum tá pronto! É só mixar os
volumes dos canais”. Este disco foi o 1º lançamento da Cult of Horus, selo da
Inglaterra que lançou apenas em vinil na Europa. No ano seguinte, a Vingança
Music lançou o CD em digipack aqui no Brasil.
“More
Scraps of Our Wound” – Chemical Disaster (2015):
Este 4º álbum do Chemical
Disaster é especial, pois quis lançar algo inédito, em comemoração aos 25 anos
de banda, mas não tínhamos um novo “full-lenght” pronto. Então, conferi todo o
material que eu tinha em arquivo e vi que seria possível elaborar um disco
matador. Gravamos uma música nova composta com a formação da época (que
felizmente está estável até hoje) e fizemos uma releitura para Rapid Fire (do Judas Priest, do álbum
“British Steel”, de 1980). Das sessões de gravação do “Third Wound” (de 2011),
haviam 4 músicas que ficaram de fora do álbum (2 inéditas, uma regravação de
uma música do debut-LP de 1993, e um cover do Vulcano). Também haviam 3 músicas
da sessão de gravação do “Scraps of a Being” (de 2000) que estavam “na gaveta”
(1 inédita, 1 versão em português de uma das músicas do “Scraps...”, e um cover
do Venom). Incluí na integra a demo de 1997 (que gravamos ainda quando
estávamos sob contrato da Cogumelo Records) e também a demo de 2007, incluindo
uma versão para Sex & Outrage (do
Motörhead, do álbum “Iron Fist” de 1982) que foi pouco divulgado (detalhe que
os 3 sons da demo de 2007 e o cover do Motörhead contam com o vocalista
Valdemar Novaes, que fez um ótimo trabalho na banda, no período que fiquei fora
do grupo, e justamente por isso, fiz questão de ter este material num lançamento
oficial).
"Os
Portais do Inferno se Abrem: A História do Vulcano" - Vulcano (DVD -
2016):
Em 2015, a dupla de
diretores Wladimyr Cruz e Rodiney Assunção, apareceram num ensaio do Vulcano, e
propuseram fazer um filme que contasse a história da banda, através de
depoimentos dos integrantes e de (muitos) ex-integrantes, além de outras
pessoas que, de alguma forma, estavam ligadas ao grupo (músicos de outras
bandas, produtores, mídia, etc.). O detalhe é que a banda NÃO teria vínculo
financeiro, nem autonomia sobre o direcionamento artístico do filme, ou seja,
era como se fossemos “apenas” os protagonistas do longa-metragem. A ideia, de
início, gerou aquela dúvida: “o que será que esses caras vão aprontar?” (risos)
Mas, com o passar dos meses, vimos que a experiência de ambos, resultaria num
documentário bacana, que, acabou sintetizando não apenas a história de uma
banda com 35 anos de Rock pesado (formada durante o período de ditadura militar
no governo), e poderia sim ser meio que um “espelho” de toda uma geração de
rockeiros que hoje estão na faixa dos 40, 50 e por que não, 60 anos de idade
(mas que continuam com as mentes jovens, ligadas ao som pesado). Além do filme
(que chegou a passar em salas de cinemas e, posteriormente, exibido em TV à
cabo), a versão em DVD traz na seção de EXTRAS um show completo com filmagem
multi câmera, quando tocamos no início de 2016 no ”Fortaleza Open Air” ao lado
de excelentes bandas como S.O.H., Metacrose e Krisiun. Outro material inédito
incluído foi o clipe da Guerreiros de
Satã, filmado exclusivamente para este lançamento.
“The
Awakening of an Ancient and Wicked Soul Trilogy” – Vulcano (EP - 2016):
O único material oficial
do Vulcano lançado apenas em plataformas digitais, por enquanto. Este EP traz
uma única música, dividida em 9 partes, com 20 minutos de duração, onde o Zhema
inspirou-se musicalmente na fonte do Rock pesado (Black Sabbath, Motörhead e
afins). Claro que há passagens típicas do som porrada que o Vulcano perpetua há
décadas, mas o que salta aos olhos é o clima denso, ritualístico, quase
fúnebre, que serve de “cama” para a parte lírica, escrita a partir de textos de
3 livros nunca editados oficialmente (“Libers XXXVI, VI e CXI”), e de 3 autores
distintos: Zhema Rodero, Carli Cooper (ex-baixista do Vulcano, no início de
carreira) e Fabiano Barroso (ex-baixista do Madsen), onde o conteúdo trata do
mesmo assunto, mas sob o olhar de 3 pessoas diferentes. Foi o último registro
com o baixista Ivan Pellcciotti e o 1º trabalho a contar com a participação do
guitarrista Gerson Fajardo. Temos planos de finalizar um vídeo (ainda em fase
de edição) com o Estúdio JustDesign (que foi corresponsável pela produção do
nosso filme) da música completa deste EP (que resultaria num curta-metragem, já
que a princípio, a banda não aparecerá tocando) e aí sim, lançar em formato
físico no mercado, onde o CD traria o áudio e também o arquivo de vídeo.
“XIV”
– Vulcano (2017):
Neste nosso último álbum
de inéditas, contamos com o retorno do baixista Diaz, que havia saído em 2013.
Este CD acabou ficando com uma cara mais “retrô" (mais anos ’80),
principalmente porque subimos a afinação. Chegamos a cogitar de gravar em outro
estúdio para soar mais diferente ainda, mas optamos em continuar trabalhando
com o Ivan Pellicciotti (no Estúdio O Beco), por ser o técnico de som que mais
conhece a banda (não só por ele ter sido nosso baixista, mas também, porque o
Vulcano já grava com ele desde 2006). Começamos a gravar em 2016 antes de nossa
5ª tour europeia (que na minha opinião, foi a melhor tour que fizemos, com 26
shows em 28 dias) e, quando voltamos ao Brasil, retomamos as gravações com um
ânimo renovado, trabalhando como uma “equipe” mesmo, inclusive na produção
executiva (algo que não costumamos fazer). Como no EP anterior priorizamos um
som mais pesado (menos veloz), este novo álbum acabou saindo sem nenhuma música
arrastada/lenta, agradando em cheio o pessoal que curte nosso Blackened Thrash.
Vejo que o retorno ao formato “quinteto” enriqueceu os arranjos de guitarra,
mesmo que as composições continuem sendo 100% do Zhema.
Kill Mister |
“Running
with the Devil” – Kill Mister (2017)
Antes do Gerson Fajardo
ser convidado a integrar o Vulcano em 2015, ele teve a ideia de montar uma
banda comigo e o Arthur von Barbarian, na intenção de prestarmos uma homenagem
ao eterno Motörhead (o time inicial ainda contava com o baixista Cláudio
Milone, que já havia tocado comigo no Chemical Disaster e no Carnal Desire). O
tempo passou, houveram mudanças de formação, fizemos vários shows nos
divertindo muito e aí, de forma natural, passamos a compor músicas próprias. A
1ª música que escrevemos foi a que dá nome a este CD, e que abre este trabalho
de estreia. Ao invés de lançarmos apenas como um single “digital”, optamos em
prensar uma tiragem limitada de 500 peças e, para presentear a galera que
adquirisse o single, incluímos no CD 11 versões de clássicos variados do
Motörhead, da fase compreendida de 1979 a 1991, gravadas “ao vivo” em estúdio
(com direito à muitas doses de conhaque, madrugada adentro... gargalhadas). São
quase 48 minutos de muito R&R, o que para um CD-single, é tempo mais do que
suficiente para proporcionar bastante entretenimento.
“The
Choice” – Hierarchical Punishment (2017):
Este 2º álbum do
Hierarchical, surgiu mais como forma de termos um material circulando, enquanto
seguimos com a gravação de um novo álbum de estúdio, pois o debut havia saído
em 2014 e, por conta de mudanças de formação, ainda iriamos demorar para
finalizar a produção, que já está rolando desde o fim de 2016. Então,
regravamos uma das músicas que lançamos no split-CD “Burning the Tyranny” (de
2015) especificamente para este 2º CD, resgatei 3 músicas da 1ª demo que gravei
com eles (de 2001, quando eu ainda era vocal) que nunca haviam sido lançadas em
CD oficialmente (já que as demais músicas desta demo, no decorrer dos anos,
foram saindo em splits e coletâneas diversas), coloquei o medley do Agathocles
que saiu no CD-tributo aos belgas em 2014 (que foi meu 1º registro como
baterista da banda, e minha última gravação como vocalista do Hierarchical) e
pra completar o CD, usamos a gravação de um show que fizemos em Santos (em
2015), quando tocamos com o Heretic (do México). Foi a famosa forma “raspa de
tacho” de liberar no mercado, um CD com gravações de meus arquivos pessoais.
Este CD marcou a saída do nosso baixista Diaz (que por falta de tempo, optou em
seguir apenas com o Chemical Disaster e o Vulcano). A faixa-título deste CD
acabou tendo um videoclipe produzido pelo Rodiney Assunção (do Estúdio
JustDesign).
“Live
III – From Headbangers to Headbangers” – Vulcano (2018):
Em 1985, a loja Heavy
Metal Rock (de Americana/SP) produziu o memorável show que virou o 1º LP do
Vulcano, “Live!”. Quando a loja comemorou 33 anos de atividade, houve um
encontro dos headbangers “das antigas” e, após isso, a galera de lá começou a
pedir para o Wilton (dono da loja/gravadora) que ele produzisse novamente um
show com o Vulcano. Então, para o aniversário de 34 anos, retornamos à região,
e fizemos um show destruidor em Nova
Odessa/SP (cidade vizinha à Americana), onde aproveitamos a oportunidade para
executar na íntegra o álbum “Bloody Vengeance” (que completava 31 anos de
lançamento) e o resultado final, virou o 1º CD-duplo ao vivo do Vulcano. Pelo
tempo de estrada, a banda merecia lançar um trabalho como este, repassando
vários álbuns da extensa discografia. Ao mesmo tempo, foi a chance de termos
músicas dos anos ’80, gravadas com a formação atual, e com uma qualidade de
captação de áudio muito boa, já que constantemente, pessoas nos pediam algo do
gênero (desde que voltei ao grupo em 2010, já havíamos regravado músicas do
“Bloody Vengeance”, “Thunder Metal” Five Skulls and One Chalice”). E o melhor
de tudo, é que este álbum (tal qual os dois “ao vivo” anteriores) traz o que o
Vulcano é no palco (quem já viu a gente ao vivo, entende o que eu quero dizer).
"Ride
Down to Hell" - Kill Mister (2018):
Meu mais recente
lançamento, é este 2º CD do Kill Mister, contando com o novo baixista Paulo
Neto (ex-Violent Skull), no lugar do Matheus Alba, que optou em sair em 2017,
para se dedicar ao seu grupo Mad Mamba. Compusemos 4 músicas no período que
estávamos sem baixista, e gravamos no começo do ano, já com o Paulo totalmente
entrosado com a banda. Novamente, ao invés de lançarmos o material só na
internet, ou em CD-R (como uma demo), optamos em prensar em fábrica, e
recheamos o CD com vários bônus tracks. Havíamos guardado outros 8 covers que tocamos
quando gravamos a “live session” de 2017 (que usamos no CD-single de estreia,
que contavam com o Matheus ainda) e haviam ficado “na gaveta”. Então, liberamos
este material, que traz inclusive um cover do Johnny Kid & the Pirates (da
música Please, Don’t Touch, de 1959,
gravada pelo projeto HeadGirl em 1981, que contava com integrantes do Motörhead
e Girschool), além de 7 versões para clássicos do Motörhead (tocamos até mesmo
a On the Road, que o Motörhead só
lançou no EP “Deaf Forever”, de 1986, numa versão ao vivo gravada no show de 10
anos que eles lançaram no vídeo “The Birthday Party”, no mesmo ano). O mais
interessante, é que neste novo EP do Kill Mister, abusei descaradamente dos
vocais guturais, em contraponto ao direcionamento Heavy Metal/R’n’R de nosso
som. Talvez seja por conta das letras estarem cada vez mais “from hell”!
(gargalhadas)
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