quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Killing Yourself: Fred Mika (Sunroad)




Produtor e um dos principais bateristas de Hard Rock / Heavy Metal do país, Fred Mika empresta seu talento em prol do Rock pesado há mais de 25 anos. Música é sua, vida, e mais da metade dela foi dedicada a banda Sunroad, grupo goiano de Hard ‘n’ Heavy que hoje é um dos pilares do estilo no país. Esse é nosso convidado do Killing Yourself.

“Heat from the Road” – Sunroad (1999): O álbum de estreia da banda. Não víamos a hora de gravá-lo. O Sunroad já existia há três anos e era um quinteto, mas durante a gravação desse disco resolvemos por ser um quarteto, com a participação do ex-integrante Halley Douglas. E tem também o fato de que o álbum de estreia é inigualável para qualquer banda. Na época, a banda estava saindo de sua fase de experimentalismo, tanto é que esse é até então o nosso disco mais diversificado, ficando até difícil definir o estilo. Tem de tudo aí: Hard Rock, Blues, Rock Progressivo, instrumentais, psicodelia, até uns ‘groovies’ improvisados. É um disco bem autêntico, mas com pouquíssimo recurso financeiro acabou por não ajudar em nada, pois a produção é muito fraca (tudo excessivamente pasteurizado, sem punch) bem como o encarte. E o interessante é que começamos a gravar em um estúdio no início de 1999 e depois tivemos que começar a gravar tudo novamente num outro estúdio alguns meses depois. Apesar disso tudo, estávamos tão empolgados! Estava explorando vários temas líricos ao mesmo tempo. Esse álbum foi gravado no estúdio Servos de Deus (entre maio-outubro/1999) e mixado e masterizado no estúdio Araguaia em novembro/1999. As composições são assinadas por mim e pelo guitarrista Alberto Conde, mas tem duas faixas que são de autoria minha com coautoria do primeiro guitarrista do Sunroad, Erick Bandeira, daí decidimos reaproveitá-las e regravar.


“Light Up The Sky” - EP – Sunroad (2001): A gente até pegou a estrada para a divulgação do álbum de estreia, mas também vimos que o resultado não foi satisfatório, então corremos para compor logo e lançar algo o mais breve possível. E daí, com a mesma formação do álbum de estreia, resolvemos por lançar um EP logo, já que um CD demoraria mais tempo (e mais caro também). Nessa época o Sunroad era ainda independente, mas conseguimos fazer uma vaquinha para contratar um produtor (Harion Vex, que dois anos depois viria a ser nosso vocalista), gravado, mixado e masterizado no estúdio OM por Paulo ElKhouri e produzido por Harion Vex. As lembranças desse álbum são meio que: “estamos fazendo isso para deixar o disco de estreia para trás”. Mas também já tínhamos então um estilo definido a seguir, Hard ‘N´ Heavy Rock.
A formação desses dois primeiros álbuns era: Luis Jr. (vocais), Alberto Conde (guitarras), Rick Jr. (baixo) e Fred Mika (bateria, percussão). O próprio Harion gravou os teclados. Esse EP já nos rendeu bons frutos, já conseguimos fechar mais shows e até começar a figurar em algumas revistas nacionais como Rock Brigade e Roadie Crew. Teve um distribuidor que até se comprometeu a ajudar com esse EP, mas no final ele sumiu com a master original e conseguimos apenas algumas poucas cópias depois. Esse EP é raríssimo, creio que não foram prensadas mais que cem cópias. Então, a meta agora era gravar um full-lengh de responsa. 




“Arena of Aliens ” – Sunroad (2003):  Logo depois da gravação do EP “Light Up The Sky”, o Sunroad se tornou um quinteto novamente com a entrada do tecladista e segundo guitarrista Akasio Angels, mas, ao final de 2002, houve uma certa desavença, pois, a ideia nossa era investir de vez na carreira profissional e com isso ocasionou a saída do baixista Rick Jr. e o vocalista Luis Jr. Harion, que já vinha trabalhando conosco há dois anos, assumiu o posto de vocalista. Decidimos acoplar as quatro faixas do EP anterior regravando as mesmas para esse full-lengh. O próprio Akasio acabou gravando os baixos desse álbum, mas o interessante é que a partir daí ele se tornaria um compositor ativo. Esse disco foi um divisor de águas do Sunroad, pois depois que o lançamos, conseguimos uma excelente distribuição nacional e internacional via Avantage Records e a tiragem inicial de mil cópias se esgotou rapidamente, sendo preciso prensar mais mil. Outro fato paralelo, que impulsionou o Sunroad a partir daí, foi que o Eduardo Bonadia., co-fundador e co-editor da pioneira revista Rock Brigade, começou a nos empresariar. Temos muitas boas memórias daquele ano nesse sentido. Estávamos numa excelente fase com vários shows agendados e os CDs vendendo bem (naquela época vendia mais que hoje em dia). Depois da gravação desse disco, entrou o baixista Enilson Bom. O nosso Hard ‘N´ Heavy estava mais sólido com algumas incursões ao Rock Progressivo. Agora assinavam as composições desse álbum os quatro integrantes, Harion, Alberto, Akasio e eu. E a produção ficou a cargo de Harion Vex, e pela primeira vez um álbum do Sunroad foi gravado, mixado e masterizado em meu próprio estúdio, MusiK. A RadRockers distribuiu esse disco na América do Norte via Avantage Records, enquanto a Anderstein Music distribuiu no Japão.


“Flying n' Floating” – Sunroad (2006): Os outros discos tiveram um espaço de dois anos entre os lançamentos, esse outro demorou três para sair justamente pelo motivo de que a gente estava com várias apresentações e só por volta de 2005 que começamos a compor material novo. E novamente mais duas baixas antes de iniciarmos as composições do novo álbum. O vocalista Harion teve um sério problema familiar e teve que deixar a banda quase na época em que o guitarrista Alberto Conde foi fazer residência fora do país. Isso também atrasou todo esse processo. Para o posto de guitarrista foi quase que imediato já que o baixista Enilson nos apresentou um guitarrista virtuose, Raphael Milhomem. Os vocais demoraram um pouco pois tivemos um outro vocalista nesse meio tempo até efetivarmos Leo Yanes. Depois disso tudo entramos no estúdio, dessa vez no estúdio do Harion, A4, ao início de 2006. Esse disco traz a mesma ideia de Hard ‘N´ Heavy, porém fomos mais a fundo na ideia de incorporar mais fortemente o Rock Progressivo. Também distribuído pela Avantage Records e tendo o Bonadia como empresário, “Flying N´Floating” conseguiu o mesmo patamar do anterior. Já tínhamos um certo nome na cena nacional e no mercado norte-americano. A produção novamente é Harion Vex-Fred Mika e esse disco tem a capa desenhada pelo artista neossurrealista canadense George Grie. Eu tinha entrevistado o ex-guitarrista do Scorpions um ano antes e na conversa descontraída que se seguiu a entrevista recebi a autorização de regravar uma composição dele que fazia parte do álbum “In Trance” do Scorpions, originalmente lançado em 1975. A faixa era Sun In My Hand, um Hard Blues que regravamos para o álbum “Flying N´Floating”. Outro fato interessantíssimo é que a balada First Day Without You ficou seis semanas no Top 10 das rádios universitárias americanas entre setembro/outubro 2006. E a gente estava embalado ainda pelas várias apresentações (só em moto-eventos tocamos em mais de 50 durante os anos 2003 a 2007), e decidi aproveitar o momento para tentar uma coletânea que capturava esses primeiros dez anos do Sunroad. De cara a Allegro Discos topou a oferta, mas ela só resolveu disponibilizar algum tempo depois e a mesma só saiu em 2008, intitulada “1996-2006- Ten Years Treating Deafness” com quinze faixas. E novamente a RadRockers distribuiu esse disco na América do Norte enquanto a Anderstein Music distribuiu no Japão.



“Long Gone” – Sunroad (2009): Depois do lançamento da coletânea, a Avantage Records fechou a porta e no mesmo tempo Edu Bonadia parou de empresariar bandas naquela época, tudo ao mesmo tempo. Sem gravadora e sem empresário decidimos parar um pouco para repensar o que faríamos dali para frente e esse stand by custou caro: a banda se dissolveu. Ficamos meses inativos em 2008 até que eu e o tecladista/guitarrista Akasio Angels resolvemos reativar a banda. Mas eu disse a ele que teríamos que começar a compor pois já tinha mais de dois anos desde o último disco. Esse fato foi atípico pois não existia ainda a volta do Sunroad e sim dois músicos apenas compondo para o próximo álbum. Então ficamos uns três meses só compondo para só então remontar o Sunroad. E dessa vez foi tudo diferente, o álbum “Long Gone” foi puro Hard Rock com mergulho nos anos setenta, direto e sem firulas, mas mantendo ainda uma boa dose de melodia, bem diferente dos álbuns anteriores do Sunroad. Akasio passou para o baixo e chamamos dois guitarristas para dar mais pressão ao vivo, Thiago Tsuruda e Anderson Lemmy, além do vocalista Jordan Faria. Com esse line up começamos algumas apresentações com as músicas antigas ao mesmo tempo que entramos no estúdio do Harion para gravar. Tivemos até um bom número de apresentações, boas resenhas desse álbum e vínhamos empolgados com os shows, porém esquecemos que não tínhamos mais uma gravadora/distribuidora e nem um manager e por isso o alcance do disco ficou limitado. Esse fato gerou um novo racha na banda, de um lado eu e o Akasio que queríamos investir na sonoridade Hard Rock e de outro lado, os outros três que queriam adentrar o Heavy Metal tradicional e melódico. Até que, em meados de 2011, o Sunroad experimentou um novo período de inatividade, dessa vez bem mais longo, durando quase um ano. Nesse meio tempo resolvi seguir carreira solo tendo Akasio como baixista, e o ex-integrante do Sunroad, Harion Vex, pediu para ser o vocalista dessa nova ideia. 




“Carved in Time” – Sunroad (2013): Então nós três, eu, o Akasio e o Harion começamos a compor algumas coisas e também tocar material do Sunroad nos shows ao vivo até que depois de um desses shows o Harion simplesmente falou: - ‘Somos 3 ex-integrantes e um deles, no caso eu, detém a marca Sunroad, porque não reformular a banda então?’. Eu e Akasio concordamos, dispensamos o guitarrista da época que tinha uma levada meio Jazz e Blues. Isso já era na segunda metade de 2002 e daí começamos a fazer testes com alguns guitarristas, mas sem muito resultado até que fui num workshop de guitarristas e encontrei o músico certo para o posto, Netto Mello, que também era produtor. Tentamos por algum tempo trabalhar com tecladistas sem sucesso até que ao início de 2013, resolvemos voltar a formação de quarteto e com o Akasio gravando os teclados em estúdio. Essa formação foi uma das mais produtivas do Sunroad, mas baseado em experiência anterior, vimos que a coisa só funcionava com um booker e uma gravadora/distribuidora. Daí conseguimos assinar com a MS Metal Records que também nos empresariou. Esses quatro longos anos nos ensinou muito. As nossas composições eram mais sofisticadas e ricas do que antes, já tínhamos reconhecimento, mas não poderíamos mais cometer o erro de sermos tudo independente. “Carved In Time” é um álbum bem produzido e com boa distribuição. Com ele conseguimos colocar a banda nos trilhos novamente, coisa que não acontecia desde “Flying N´Floating”. É um álbum bem otimista, conseguimos aliar muita experiência já adquirida com uma musicalidade mais forte, a prensagem inicial de mil cópias já se esgotou, estamos vendo para prensar mais umas 500 copias nesse exato instante. “Arena Of Aliens” também se esgotou as 2 mil cópias, é outro álbum que pretendemos relançar em breve, mais 500 cópias e “Flying N´Floating” segue no mesmo rumo. Dessa vez eu e o Netto Mello assumimos a produção do disco que foi totalmente gravado, mixado e masterizado no estúdio MusiK.




“Wing Seven” – Sunroad (2017):  Depois de “Carved In Time” decidimos firmar no Hard Rock mais sofisticado e melódico de vez, e fizemos várias e interessantes tours pelo Brasil todo, com Joe Lynn Turner, LA Guns, Petra, Stryper, Whitecross, Mad Max, Dr. Sin, além de sermos músicos suportes na tour do americano Kelly Keeling. Foi uma fase ainda melhor para o Sunroad do que a dos anos 2000. Estávamos todos otimistas, mas eis que Harion entrou num processo de divórcio, o que o afetou muito, e, tanto ele como Akasio, tiveram também problemas químicos (hoje ambos estão 100% recuperados) mas dessa vez já vínhamos bem embalados para parar e tínhamos acabado de conseguir um contrato de endorsement com a marca de instrumentos Dean Guitars (guitarras e baixos). As substituições foram rápidas e eficientes, Andre Adonis entrou no posto de vocalista e Pedro Jordan no de baixista. Desta vez estávamos inspiradíssimos e fechamos um contrato ainda maior com a americana Roxx Records. Tudo isso produziu um álbum mais rico, mais dinâmico, mais melódico e mais sofisticado que todos os anteriores de nossa carreira até então. Ainda estávamos mixando esse álbum quando decidi montar também minha própria gravadora/distribuidora, a MusiK Records, o que ajudou também na distribuição nacional ao lado da parceria com a Voice Music. Esse álbum tem treze composições e foi eleito entre os dez melhores de 2017 por revistas especializadas como a Roadie Crew, além de que eu e o vocalista Adonis fomos escolhidos também entre os 10 melhores músicos de 2017, respectivamente, baterista e vocalista. A Anderstein Music também distribuiu esse álbum no Japão. A parte de gravação das baterias foi feita no MusiK estúdio enquanto a parte dos outros instrumentos e das vozes foi realizada no estúdio Drive de Netto Mello (onde o álbum também foi mixado e masterizado). Depois disso saímos em tour por quatro capitais brasileiras com a banda sueca Narnia, e na sequência apresentando em vários moto-eventos sendo um deles gigantesco, o Capital Motoweek, em Brasilia-DF, na Granja do Torto com mais de 90  mil pessoas no dia


“Heatstrokes” – Sunroad (2019): Podemos dizer que “Heatstrokes” é a continuação do anterior “Wing Seven”, a mesma ideia de sofisticação melódica e aplicação de estruturas trabalhadas. Todas as composições desse álbum são assinadas por mim e pelo Andre Adonis. Dessa vez, toda a parte instrumental foi feita integralmente no MusiK estúdio ficando só os vocais sendo gravados no estúdio Drive. Edição, mixagem e masterização também foram realizadas no estúdio Drive por Netto Mello. A produção foi minha e do próprio Netto. Conceitualmente, “Heatstrokes”, e todos os discos anteriores, partem de uma ideia de otimismo baseada na reflexão, daí a ideia do nome, “estrada do sol”. E “Heatstrokes”, que quer dizer insolação, é quando essa ideia está em seu ápice. Otimismo também expandimos além da temática, a ideia de ação que está contida nas letras, também está acoplada à causa animal, nos comprometermos com a causa dos animais. Já participamos de vários eventos beneficentes nesse sentido nos quais há arrecadação de donativos como ração, palestras sobre adoção consciente.
Trabalho lançado, estamos embaladíssimos e mais afiados que nunca, e agora já iniciando os primeiros shows para a divulgação de “Heatstrokes Tour 2019-2020”, que vai contar com vários shows nacionais e internacionais além de dividir os palcos com vários artistas nacionais e internacionais também. See you all on the road, keep on rockin´!


Mais Informações:
www.facebook.com/sunroadofficial
www.instagram.com/sunroadofficial
www.soundcloud.com/sunroad-group
www.facebook.com/officialmusikrecords
http://roxxrecords.storenvy.com

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